Comentário de Graça Pires

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Luís Gaspar:
Confesso que não conhecia o seu excelente trabalho no Estúdio Raposa. Quem me falou de si foi a amiga Otília Martel. Fiquei muito sensibilizada ao ouvir os meus poemas na sua voz. Não só porque foi uma óptima selecção, mas também pela forma como foram lidos, com o necessário sentimento. Também gostei muito da introdução que fez.
De facto não há muito que dizer a meu respeito. Os poemas dizem-no por mim. Se gostar de ter o meu último livro terei muito gosto em lho oferecer se me disser para onde lho posso enviar.
Muito obrigada pela sua gentileza.
Um beijo
Graça Pires

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Comentário de Otília Martel (Menina Marota)

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

“A minha admiração por Graça Pires é muito anterior à criação dos meus blogues. Descobri a sua poesia em 1991 quando por altura do meu aniversário, me ofertaram um livro de poemas de sua autoria. A partir daí não perdi o seu percurso poético e quando Casualmente encontrei o seu blogue, fiquei deveras satisfeita por isso, porque poderia “In loco”, apreciar a sua obra.”

Escrevi recentemente estas palavras sobre Graça Pires e tal como o Luís refere, não existe muito dela escrito em nota biográfica, talvez porque exista só uma maneira de a descobrir: lendo-a!
As suas palavras conquistaram-me e tenho pela sua poesia, uma grande admiração. Por isso, estas Palavras de Ouro tiveram um significado e um prazer especial para mim…

“…Agora vou ser livre
De percorrer o vento
Em linha recta,
De receber os afagos
às mãos cheias,
De pintar em todas as paredes
As bonecas de trapos que não fiz….”

Grata a ambos, por este momento: à Graça Pires pela força da sua Poesia. Ao Luís, porque consegue imprimir um sentimento que nos entra na alma, fazendo a poesia entrar ainda mais, no nosso coração.

Um abraço carinhoso,
Otília Martel (Menina Marota)

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Comentário de Manuel Sá Lopes

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caro Luis Gaspar,
Só posso encarecidamente agradecer-lhe pela publicação dos meus simples poemas no Estúdio Raposa. Ouvi-os logo que tomei conhecimento, gravei-os e gostei muito. Gostei de tudo, da apresentação, com o poema de introdução, e da opção pelos poemas sobre as terras de Portugal, pois assim, os poemas que eu criei podem dizer algo a muitas mais pessoas. Pois considero que um dos problemas da poesia é muitas vezes ter um grande significado apenas para os autores.
Aproveito também para manifestar o meu aplauso ao “Diário de um Louco”, que gostei muito, e espero um dia ver por aí outra obra publicada.
Para mim o Estudio Raposa só peca por não ter mais publicações, pois não me canso de o ouvir, embora saiba que custe mais fazê-lo.
Sei que fiquei mais rico após esta publicação. E esse enriquecimento devo-o a si, Luis Gaspar, por isso quero de novo agradecer-lhe e dar-lhe os parabéns por este trabalho maravilhoso.
Os mais sinceros cumprimentos
Manuel Sá Lopes

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Comentário de Euclides Cavaco

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá ilustre compatriota Luis Gaspar…
Apenas umas singelas palavras para expressar quanto admirei o seu trabalho que representa um verdadeiro monumento na arte de recitar.
Os meus mais sinceros parabens pela eloquência e pelo profissionalismo
que deixa transparecer neste seu espaço cibernético.
Tambem escrevo há muitos anos e tento dizer poesia mas rendo-me à sua magnânima forma de a apresentar.
No próximo e mail vou enviar-lhe um simples soneto.
Convido-o se tiver usn minutos a fazer uma breve visita à minha página.
Já guardei a sua pois tenho a certeza que irei aprender MUITO
ao ouvir as suas sublimes récitas.
O meu mais caloroso abraço Lusitano com desejos dum optimo fim de semana.
Fraternas Saudações
Euclides Cavaco
cavaco@sympatico.ca
Entre aqui na minha sala de visitas:
http://www.ecosdapoesia.com

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Comentário de Elton (Brasil)

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá Luís,
Que belíssimo dom os deuses lhe concederam! Evoé! Meu nome é Elton Becker, também sou locutor e moro no Brasil, aqui no sertão da Bahia, ao sudoeste de onde os lusíadas chegaram em 1500.
Parabens pelo seu trabalho. Há muito não via um trbalho que me empolgasse tanto. Felicidades e vida longa.
Elton

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Comentário de João Manuel Carreira

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Palavras de Ouro 106
Maria Alberta Menéres
Perante o curriculum de peso, fico sem palavras para análise.
As de Ramos Rosa são, decerto, o retrato fiel da escritora.
Devo lê-la. Tenho é que optar entre poesia ou prosa.
Pelo que acabei de ouvir, talvez prosa. Fascinou-me a facilidade do diálogo sobre o tema “Primavera”.
Mais uma vez, nunca é demais dize-lo, o seu programa está a dar cores novas à nossa literatura, difundindo valores não muito conhecidos do grande público.Mas há que dar valor ao chamado “grande público” que
se cultiva à sombra de revistas e livros menores?
Enfim; tema para grande debate.
João Manuel Carreira

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Comentário de Deana Barroqueiro

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caríssimo Luís

Se alguém me perguntasse qual é “o poema da minha vida” eu responderia sem hesitar: Tabacaria, de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa (quanto não daria eu para ouvir este poema dito na íntegra pela sua Voz!).
Para além de me narcisar com a sua leitura dos meus excertos, ouço muitos dos textos e leio sempre as mensagens dos “seus” autores e ouvintes, para lhes conhecer os gostos e a alma e me comover com o encantamento que sentem quando se ouvem na sua Voz e que é igual ao que eu também experimento. Mas não deixo de sentir uma certa ansiedade, fruto da minha longa experiência, pelo destino incerto de alguns destes jovens (bons) escritores, neste Portugal tão pouco inclinado à cultura e ainda menos a dar oportunidade aos novos talentos.
Por isso, apesar do prazer pela atribuição do prémio ao meu “D. Sebastião e o Vidente” e da sua generosidade em o divulgar lendo um capítulo, me vieram à memória esses versos espantosos de Álvaro de Campos que, mau grado o seu pessimismo, gostaria de recordar aqui, neste recanto privilegiado de partilha de sonhos, emoções, alegrias e decepções, mas sobretudo de beleza:

“Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas –
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas –,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre “o que não nasceu para isso”;
Serei sempre só “o que tinha qualidades”;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.

Esta luta que foi minha, será a de muitos destes autores, mas apesar do pessimismo pessoano, é preciso não esquecer que ele também disse que “O poeta é um fingidor/ finge tão completamente/ que chega a fingir que é / a dor que deveras sente”. Portanto, é preciso não desistir e lutar sempre, enquanto houver gente como Luís Gaspar com o seu “Lugar aos Outros” e as “Palavras de Ouro”, abrindo as redes da capoeira e destapando o poço para deixar ouvir as vozes dos poetas e prosadores.
Estive a ouvir o meu texto (às 4 da manhã), dito como sempre na perfeição e com o enquadramento sonoro igualmente impecável. Senti o sabor do mar e a saudade no grito das gaivotas; arrepiei-me com o zumbido da varejeira, estremeci com o rosnar abafado da trovoada e mareei-me com o cheiro da pestilência e da morte. As personagens entraram-me pela casa e eu temi que despertassem os vizinhos, tão de carne e osso se fizeram. Muito, muito obrigada, Luís Gaspar
Um grande beijo para si

E, agora, Luís Pinto, as suas observações neste blogue, pelo humor, sensatez e “conhecimento de causa” ainda me tornam mais grata a sua mensagem. Não era, todavia, minha intenção usar este espaço para promover as vendas, mas sim dar a conhecer a minha escrita, pois como o Luís Gaspar disse eu sou a única escritora viva que lhe enviou textos – talvez por inconscientemente sentir que aos 62 anos já estou com um pé cá, no mundo dos vivos, e outro lá, no mundo dos mortos. Julgo que se outros não o fazem, é por desconhecerem o Estúdio Raposa, com grande perda deles.
Mas é óbvio, caro Luís Pinto, que lhe fico devedora por querer comprar o meu “D. Sebastião e o Vidente”. Quando o ler, por favor, não deixe de me fazer a sua crítica, peço-lhe. Um grande abraço.
Deana Barroqueiro

Nota do Estúdio Raposa: o poema Tabacaria de Álvaro de Campos, referido pela Deana Barroqueiro pode ser ouvido AQUI

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Comentário de Luís Pinto

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Irene Lisboa passou-me completamente “ao largo” aquando da aprendizagem abreviada de autores das nossas letras.
Quando eu entrei na escola para a então chamada “instrução primária”, tinha Irene os seus 42 anos e já respeitada inspectora orientadora do ensino infantil. Diz a biografia da minha estante “… cargo que se diz foi afastada pelas suas ideias avançadas nesta área”.
Não seria caso para menos para quem colaborou na “Presença”, “Seara Nova”, “O Diabo” e a “Vértice”, nomes sonantes, recheados de grandes intelectuais cuja sombra, convém lembrar, fazia “cócegas” ao Estado Novo.
Por curiosidade peguei no meu livro de 3ª classe, faço-lhe uma “leitura em diagonal” e, sem menosprezar a selecta dos textos (prosa e poesia) são estes reveladores da então doutrina do ensino em Portugal; “A Caridade”, “O Povo Português”, “A Joaninha” “O Chefe do Estado”, “Salazar”, “As Cores da Bandeira Nacional”, “A Procissão”, e umas trinta páginas sobre “Doutrina Cristã”, dividida em capítulos sendo que, no fim de cada, depara-se um questionário do qual transcrevo apenas esta pergunta/resposta:
P. – Quais são os últimos fins da nossa vida?
R . – Os últimos fins da nossa vida são: a Morte, o Juízo e o Inferno ou o Paraíso para sempre.
Numa terceira classe a criança tinha os seus 10 anos.
Hoje, com esta idade, a criança tem o seu computador…
Por isso volto a insistir; o teu “Palavras de Ouro” deve, cada vez mais, dar luz aos autores de reconhecido valor mas também – e principalmente – os de grande coragem que lutaram contra a imbecilidade com as armas das letras.
Nos nossos dias tomar uma posição é extraordinariamente fácil. Qualquer um pode escrever o que quiser.
Luís Pinto

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Comentário de Deana Barroqueiro

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caríssimo Luís

Julgo que não recebeu a minha mensagem de 2 de Agosto a agradecer-lhe a leitura de mais um texto meu e, como não quero que me tome por ingrata, retomo o tema e os agradecimentos.
Desejava-lhe umas boas férias e recomendava-lhe, secundando o pedido do seu amigo e admirador António da Silva Costa, que cuidasse da sua saúde e em particular da sua Voz que, magistral e merecidamente, surgiu no Palavras de Ouro nº 101 como a Voz de Deus, por milagre humano do seu talento e generosidade, através da minha escrita e para meu encantado envaidecimento.
Deixar aos seus admiradores, de entre os quais sou uma das mais incondicionais, no programa 101 (um número mágico e o último desta série), como despedida, as minhas palavras, para mais acompanhadas pelas de um poeta admirável como Mário Cesariny, é uma grande responsabilidade para mim, mas também uma enorme honra que lhe agradeço com emoção verdadeira.
Aproveitando a sua generosa oferta, copiei para a minha nova página/blog os podcasts dos meus textos e o link para o Éstúdio Raposa, para os meus amigos e leitores que me visitem possam usufruir do prazer de ouvir a sua Voz e os textos de tanta e tão talentosa gente que o meu amigo dá a conhecer, com uma generosidade e desinteresse cada vez mais raros nestes nossos tempos infestados de medíocres, invejosos e bufos.
Veja o efeito desse seu dom fabuloso na gentilíssima italiana Georgia que, desde aqui, saúdo com amizade porque, tal como nós, ama esta nossa bela língua portuguesa.
Ainda bem que existe! São as pessoas como o Luís Gaspar que nos reconciliam com o mundo pequenino que nos rodeia.
Deana Barroqueiro

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Comentário de Georgia

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Bom dia Luis,
Eu sou Georgia uma Italiana que ficou apaxionada da lingua portugues.
Eu encontrei o vosso pod-cast sob internet..e ouvir-lo para todo o passado
inverno, sem nada compreendir (or pouco e mal).
Mas eu gostei muito a musicalidà da lingua, e vossa voz também.
Compreendei sò des falavras, que são tão parecidos do italiano, mas com a
differente pronùncia.
Então decidei de vir em Lisboa, e tomar um corso de lingua para estrangeros
nà faculdade de letras.
Quando esteve de ferias voltei para Portugal.
Esteve là para as seis semanas.

Jà cheguei em Itàlia.
Foi um mês maravilhoso. Eu estudei duramente, mas com satisfação.
Hà 4 semanas de curso e agora posso compreender e falar um pouco.
Tudos os dias, enquando travalho com o computadore, ouço os vossos programas que são tão interessantes. Isso è o meu modo para treinar a lingua.
Mais incrivel è que agora posso compreender todo.
Então se tenho este desejo de aprender o portugues è ainda para vôce.
Obrigada e à proxima
Georgia

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Comentário de Manuel Anastácio

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá, Luís:

Tenho tido muito pouco tempo para ler e para ouvir. A burocracia que
nos afoga é cada vez maior e subverte o próprio significado do que
seja ser professor. Por mim, bem preferia estar com os alunos, a
trabalhar com eles em actividades que os enriquecessem, sem a chata
obrigação das aulas, do que estar às voltas com documentos de
secretaria e com estatísticas parolas para analisar em casa. Mas o
Ministério da Educação gosta de ver os professores ocupados, sem se
preocuparem com o quê. O que interessa é vê-los, a esses parasitas da
Sociedade, ocupados. Porque os professores passaram, nos últimos
tempos, a serem parasitas a abater. Seja. Os tempos assim decidiram.
Lá virá o tempo em que voltará a ser considerada uma das mais dignas
profissões. Mas vou deixar-me de queixas.
Espero que tenhas umas óptimas férias. Mas, enquanto ia fazendo coisas
que puxavam menos pelo meu pensamento, dei-me ao luxo de colocar os
programas em atraso a correr no computador – e valeu a pena. A forma
como leste “A Aia” foi simplesmente encantadora, cheia de um certo
estilo declamatório de sabor serôdio que se ajustou na perfeição ao
texto, como se ingressássemos numa soirée queirosiana ou, quiçá,
proustiana. O programa sobre Adília Lopes foi, igualmente, maravilhoso
e vem, justamente, relembrar uma voz que se tornou conhecida pelos
piores caminhos da fama. A tua leitura da sereia das pernas tortas não
poderia ter sido melhor. Música pura.
Muito me agradou, igualmente, encontrar o Henrique Fialho no Lugar aos
outros – e fiquei um pouco triste comigo mesmo por não ter sido eu a
propor o nome. Fizeste uma óptima escolha. Devo ainda ressaltar que a
escolha da música também é cada vez mais adequada ao teor de cada
texto.
Não quero parecer demasiado laudatório – até porque sabes bem que sou
crítico em relação às coisas que aprecio. Vou fazer como nos mandas:
vou ouvir os outros programas e dar-me-ei ao desplante de te criticar
a respeito de programas mais antigos, se assim se justificar.

Abraço grande do amigo:
Manuel Anastácio

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Comentário de Luís Pinto

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Não podias ter escolhido melhor para festejares o bonito número 100 do programa “Palavras de Ouro”.
De facto, Eça, é o Escritor. “Eu sou apenas um pobre homem da Póvoa do Varzim”, escreveu, mas é um grandíssimo homem das letras portuguesas.
Sem desprimor para tantos outros magníficos homens de letras, homens no sentido universal, Eça de Queiroz criou um estilo inconfundível que ainda hoje, passados que são 107 anos da sua morte, se continua a ler, reler e voltar a reler, e sempre se encontram novos sabores, ou melhor, algo que anteriormente nos tinha passado por menos atenta leitura. É o mistério Queirosiano; descobrir constantemente algo de novo.
Como se sabe, uma boa parte da sua obra é póstuma. Não discuto a oportunidade de se ter dado à estampa o que o escritor não reviu mas, em relação a este teu programa, quantos milhares de palavras já tu não leste numa constante homenagem aos artistas que se têm dedicado à divina arte da escrita? Parabéns e venham daí outros tantos.
Luís Pinto

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Comentário de Menina Marota

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Sou suspeita ao falar de Adília Lopes, uma vez que a leio e admiro há bastante tempo. Senhora de uma sensibilidade e agudeza de espírito enorme, fiquei muito satisfeita por a ouvir aqui no Palavras de Ouro, porque o luziu ainda mais.
Ela é um misto de doçura e amarguesa, traduzindo através da poesia todo o sentir que a envolve desde os dias da sua infância até hoje.
Permite-me que te deixe aqui um texto dela, na candura dos seus 11 anos e escrito segundo ela mesma diz nas aulas da Professora Crisanta:

“ A bolinha castanha “
Saí de casa, era uma manhã fria, sem Sol, em que as árvores pareciam mãos enormes buscando a Primavera no céu sem cor…e a chuva caía…caía…
Comecei a andar, abri o guarda-chuva, a rua parecia-me imensa, toda branca, beijada pela chuva. Os pardais voavam nas árvores talvez lobrigando nelas flores, Sol. Senti que era Inverno.
Virei a esquina e ali no chão estava uma bolinha castanha que já não chamaria mais a Primavera… Fiquei parada, contemplando o passarito, como se ele fosse um sinal vermelho que me impedisse de avançar.
Olhei, olhei mais, vi uns olhos abertos, uns olhos sem vida e aquelas penas castanhas…não mais enfrentariam o vento…
Não podia fazer nada. Andei. No ar voavam mais pardais e aquele ali, jamais voaria. Andei. Ouvi a mulher das flores a apregoar e a carroça das hortaliças que chiava longínqua.
Na calçada soaram enfim os meus passos, caminhando sozinhos com a chuva…
Olhei para o céu, brilhava nele o Sol, a chuva tinha parado e o arco-íris era uma cavalgada imensa para o infinito…
Pardal…nascia a manhã dos pregões, das conversas, nasciam nos ninhos mais pardais e aquele sozinho, perdido na multidão das pedras brancas, jamais esperaria o Sol, as flores, o arco-íris, estava morto, enfim.
Adília Lopes
(Este texto foi escrito em 1971. Tinha 11 anos.)

E assim, nascia uma poeta e escritora…
Um abraço
Menina Marota

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Comentário de Menina Marota

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá, meu querido Amigo
Só agora tive oportunidade de ouvir as ultimas gravações, tanto do Lugar aos Outros, como do Palavras de Ouro por motivos imprevistos não as tinha conseguido ouvir, mas não quero deixar de aqui fazer referência à qualidade dos textos apresentados, com uma especial referência a Ruben A. cuja obra só conheço mesmo, através do seu livro A Torre de Barbela, mas que me fascinou completamente ouvi-lo no Palavras de Ouro.
Enquanto ouvia os textos de Margarida Luna (Maçã de Junho) recordei alguns daqueles que já li no seu blogue e que muito me impressionaram, nomeadamente Os Homens Também Choram ou Prefiro Agir, para Transformar! A Menina dos Sapatos Amarelos, como a designo, depois de ter lido um seu sonho sobre a compra daqueles sapatos, é a cada texto, uma verdadeira surpresa.
Conceição Bernardino e Rui Cunha prometo ir descobrir as palavras com que se vestem… porque após ouvir as suas escritas, ficou-me a vontade de as conhecer…
Deixo um abraço
Menina_Marota

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Comentário de MLC

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá !!!!!
🙂
Dizer que não tenho palavras era usar de forma abusiva um cliché tantas vezes dito, tantas vezes sentido…
Para ti, tenho palavras de espanto, palavras que soam a Oh…Ah… Oh…. Ah…
Palavras feitas por ditongos anasalados, feitas da não conjugação de tempos verbais, palavras que se resumem ao clicar repetido num triângulo azul e ao dizer: é só mais uma vez!!!!!
Afinal tenho palavras, porque no fundo, é quase só o que tenho para te dar, as minhas palavras que levam um grande carinho!
Obrigado Gaspar!
Um beijo grande
MLC

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Comentário de Joaquim Alves

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caríssimo,
Aqui vão palavrinhas do silêncio da noite.
Estive a ouvir os últimos Lugares e, também,
comentários a vulso.
Gostei de tudo, mas sublinho o Luís Durães
que, ao lado de uma Sofia luminosa, lhes desejo
continuada invasão pelas palavras.
Depois, uma Joana aparece em céu de primavera
e se junta a David, que Santos é também.
Doutro modo escrito, a “poesia está em tudo
o que vive” e “na luta dos homens” e “no olhar
em frente” (Mário Dionísio).
Este link responde a Luís Pinto: valorizar
um texto com o talento de uma voz, ou não,
é uma falsa questão.
Já A. Pinto Correia avança no “olhar em frente”
que tanta falta nos faz.
Descartando ou não o filósofo, a mesma resposta
vou usar. Desta feita, com a ajuda de Sebastião
da Gama, meu amigo e professor primário, poeta
da Arrábida e arredores. Dizia ele que o mais
importante é que nos entendamos, quer leiamos
Cleópatra quer leiamos Cleopátra!!!
Sobre o Mário e a Cornucópia, apenas duas
palavrinhas.
A Cornucópia existe e os Luíses também! O Cintra,
o Gaspar, o Pinto e o Durães, entre outros.
Sobre o Mário (tão esquecidos são os Mários neste
país: Leiria, Viegas, Botas…) Dionísio, só tenho
a dizer que nos conhecemos no supermercado. Sim!
A poesia está em todo o lado.
Por fim, Amora Silvestre. Que delicioso nome!
Bergmann aplaudiria com todas as mãos. Eu também.
O melhor do mundo para todos. Porque a utopia
existe em todos os quadrantes desta infantil
humanidade que ainda ousa usar a guerra para
adiar os seus profundos problemas.
Este último comentário dedico-o aos Mários e aos
Luíses e a todos os Nomes que assim sentem.
Ponto.

joaquim alves
post-scriptum: vou colocar este testemunho lá,
na púcara.abraços

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Comentário de Raquel de Vasconcelos

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Já me passeara em tempos pel”As Palavras de Ouro” e apaixonara-me pela forma como o Luís declamara o “Adeus” de Eugénio de Andrade. Talvez porque o poema, na sua voz, “saltara” para a vida real de uma forma tão pungente.
“Já gastámos as palavras pela rua, meu amor
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.” (….)
No final de ouvir e ouvir e ouvir… tinha lágrimas nos olhos.
Foi o que me sucedeu, desta vez por razões diferentes.
Porque ouvir as minhas palavras na voz de alguém que as declamou tão bem e acima de tudo, se importa em nos dar voz, a estes “outros” que ainda se perdem nas entrelinhas do que são os pensamentos soltos por aí… ainda sem destino certo.
O Luís pedira-me uma pequena descrição de mim mesma. Enviei-a a medo. Ele deu-lhe vida e cor, um calor, que eu não esperava.
Fico-lhe grata por me ter emocionado. Por ter chegado até mim. Pelo seu belo espaço e capacidade para o manter.
E ainda um beijo especial à sua “Sininho”, a Menina Marota, que não esquece o que é a paixão dos bloggers das palavras ainda mudas.
Uma lágrima, um abraço,
Raquel Vasconcelos

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Comentário de Luís Pinto

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

A boa prosa de Deana Barroqueiro, pela clareza e lucidez, é mais uma prova de que Deus tem iras e birras e indisposições ligeiras ou mais preocupantes, dependendo estas das altas comezainas. Aliás, ao longo da História Sagrada, não é raro encontra-se o Salvador sem saber o que fazer ao homem e à mulher.
Quanto à “voz de Deus” acho-a (tendo em conta a última vez que a ouvi) um pouco gutural o que implica aceitar que Ele tem garganta.
Nota: ouvi Diana e não Deana como escreveste. Estou mal dos ouvidos ou é lapso dactilográfico do locutor?
Gostei muito de Fernando Pinto do Amaral. Aliás é um nome de respeito.
Vou comprar “As Flores do Mal” e “Acédia”. Gostava de saber se Fernando Pinto do Amaral tem, na sua obra, algum trabalho relacionado com a medicina, em prosa ou verso.
Fico à espera.
Luís Pinto
Atenção: Não está no horizonte uma festim para as “Palavras 100”? Falta pouco, hem!

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Comentário de Menina Marota

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Acabei de ouvir emocionada o conto Falmegas, do António Melenas, que já tinha oportunamente lido no seu blogue e tal como lá referi, ainda tenho em mim uma certa dose de romantismo, para acreditar mesmo que ele morreu por amor…
António Melenas, tem uma forma de escrita tão cativante, que como também já lhe referi no seu blogue, consegue com as suas narrativas, reportar-me para o instante em que a história se situa. Os seus contos e poemas de amor, adivinham uma Vida plena, recortada de belas recordações, que ela partilha de uma forma cativante.
Aproximando-se o Programa 52, quero felicitar o Estúdio Raposa, na pessoa do seu produtor Luís Gaspar, pelo primeiro aniversário do Lugar aos Outros, que tem revelado de uma forma fantástica a Poesia da Blogosfera, incentivando muitos dos Poetas com os escritos na “gaveta” a dá-los a conhecer.
Não sendo poeta, nem escritora, limitando-me simplesmente a juntar as letras que bailam no meu coração, é com infinita alegria que vejo Programas como este, a darem oportunidade aos Poetas, para que a sua Poesia possa ser conhecida e, quem sabe, reconhecida, também.
Em nome da Poesia que eu tanto gosto, o meu agradecimento por tudo o que este Programa tem proporcionado a todos nós.
Um abraço da
Menina_Marota

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Comentário de Deana Barroqueiro

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caro Luís, que bom ouvir falar de Maria Judite de Carvalho!
Este seu espaço está a tornar-se um oásis onde apetece parar e repousar, não só do ruído da mediocridade que nos rodeia, mas também do vazio da celebração exclusiva dos “consagrados”, do “sempre igual”, do “mais do mesmo”, repetido até à exaustão pelos Media.
Num tempo de Censura e de Medo, uma outra mulher de Letras quase ignorada – Maria Aliete Galhós – sugeria às suas alunas de 17 anos a leitura do conto “Tanta Gente Mariana”. A dor feminina cristalizada nas palavras de Maria Judite de Carvalho feria a inocência, mas rasgava as vendas dos olhos adolescentes, trazendo à luz do dia e da indignação a triste condição da mulher portuguesa. Mais tarde foi a minha vez de o sugerir às minhas alunas. “Tanta gente Mariana” não foi o melhor livro da minha vida, mas foi seguramente o que mais me marcou, despertando-me para a consciência de mim e dos outros.
Talvez o brilho de Urbano Tavares Rodrigues, o seu marido, ofuscasse essa “flor discreta”, mas a cor e a força das suas palavras deixaram marcas em muitos espíritos. Quem colheu uma violeta silvestre, poderá alguma vez esquecer o seu perfume?
Obrigada, Luís, por ma ter feito recordar.
Deana Barroqueiro

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Comentário de Luís Pinto

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

É difícil compreender-se porque determinados valores, das letras ou outros, são pouco difundidos. Daí a tua “Raposa” ser preciosíssima.
Como dizes e bem, Judite de Carvalho, escritora galardoada, está arquivada nas infindáveis prateleiras dos esquecidos. Penitencio-me; li dela o que julgo ser o seu único romance; “Os Armários Vazios”.
Mas este fenómeno do “esquecimento” de quem merece não ser esquecido, é uma longa história que poderia ser ensaiada por alguém com conhecimentos de causa.
“O que está por detrás do esquecimento” (titulo que desde já avanço para a obra que sugiro), consubstanciaria a promoção da literatura portuguesa, de modo a estimular a leitura dos autores que foram arrumados por muitas vezes, – que me perdoem os editores e livreiros – não serem “comerciais”, ou escreverem coisas “incómodas”.
Mas isto passar-se-á apenas com a literatura?
Pergunta aos teus ouvintes o que se deve a Fernando Lopes-Graça (julgo ter sido também um escritor, não é verdade?).

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Comentário de Menina Marota

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caro Luís Gaspar
Gostei imenso de ouvir referenciada no Palavras de Ouro 91, Maria Judite de Carvalho pela importância que, para além da literatura, também teve no jornalismo português pelas suas crónicas do quotidiano e da vida em geral.
Era importante talvez salientar, que da sua biografia, constam variados prémios, tais como, pelas seguintes obras, entre outras:
Este Tempo , Prémio da Crónica da Associação Portuguesa de Escritores
Seta Despedida, Prémio da Associação Internacional dos Críticos Literário, Grande Prémio do Conto da Associação Portuguesa de escritores e ainda o Prémio Vergílio Ferreira das Universidades Portuguesas.
As Palavras Poupadas, Prémio Camilo Castelo Branco da Sociedade Portuguesa de Escritores
Mais um momento que me encantou ouvir na sua forma tão peculiar de transmitir as palavras, especialmente da obra de uma “flor discreta” das nossas letras, como foi apelidada por Agustina Bessa-Luís, num encontro de poesia…
Um abraço carinhoso e grata pela partilha
Menina_Marota (Otília Martel)

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Comentário de Menina Marota

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

PALAVRAS
Já falámos sobre o Pacheco. Disse-te, na altura, que o considero o melhor escritor português vivo, sem desprimor, claro está, pelos jovens que estão a vender bem. Resta saber se as vendas correspondem à qualidade das escritas.
Pacheco faz a diferença. E fazer a diferença, sair do lugar-comum, dos programas imbecis da televisão, das letras gordas dos jornais, da enfática intervenção da operação de Eusébio que promove a imagem do novo hospital privado, não está ao alcance de qualquer.
Fazer a diferença não é mandar pró caralho o leitor. É dizer, simplesmente, que a vida é uma merda mas, mesmo assim, merece a pena vive-la. Como ele a tem vivido; na merda… “mas ainda cá anda”.
Se o programa desta semana tem ouvintes puritanos, estás feito.
Parabéns pela leitura… e pela coragem (ouvi duas vezes).
Luís Pinto


“(…)A persuasão da fala, a fenda estreita que é a porta do paraíso e as outras mil maneiras ,de ver e gostar de ver um corpo ser nosso, subjugado por uma técnica ou o seu próprio desejo dissoluto; e tudo assoprado por dentro, tudo recheado de novas grutas ainda por explorar e que também jamais as conhecerás ou iluminarás todas, se elas a si mesmas se ignoram. Tudo cativado por uma divindade que é o todo, que é o Corpo, em risos e gritos, balbucios de orgasmo e ranger de dentes; e a solidão duma lágrima lenta que desce a face no silêncio e na amargura; e o resfolegar do moribundo que já nada quer dos homens e com os homens, mas ostenta ainda na severidade da máscara, no desdém da boca desgarrada, uma altaneira nobreza; e a ferida do teu sexo aberta como uma nova última esperança de recomeçar tudo desde o princípio como se fora a primeira vez a fuga para o sono e o sonho. Nem eu me atrevia a falar-vos disto, senhores; nem eu nunca me atreveria a repetir coisas tão velhas, se não as visse serem atiradas para trás das costas, como se a enterrar em vida o corpo em cálculos e tristura os homens fossem mais livres e mais humanos. (…)”
(Excerto de “Comunidade” , de Luís Pacheco- 1964)

De um autor que muitos consideram “maldito” mas que pessoalmente muito admiro pela lucidez com que encara cada momento da sua vida e a transforma em obras verdadeiramente espantosas.
Gostei de o ouvir numa forma de leitura despretensiosa no Palavras de Ouro 90 e recordei com saudade as grandes discussões (saudáveis) que existiam com o meu Pai a propósito do Luís Pacheco, que ele idolatrava pela frontalidade com que sempre expôs todo o seu pensamento.
Um Homem lúcido que sabe definir por experiência própria toda uma forma de estar na Vida.
Fiquei muito feliz porque ele é aqui lembrado num texto fabuloso.
Deixo um abraço e a minha gratidão por esta partilha
Otília Martel (Menina_Marota)

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Comentário de L.B. (Brasil)

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Fiquei muito feliz de ouvir tua maravilhosa voz declamando a poesia de Fernando Pessoa, Primavera, ao som das Quatros Estações! E depois Bocage, Guerra Junqueiro! Salvei todas! Para ouvir quantas vezes queira! E também para levar para meus alunos ouvirem! Sou professora de Literatura Brasileira, no Ensino Médio. Nossa literatura inicia-se com o estudo da Literatura Portuguesa. E sou professora de Língua Portuguesa, no Ensino Fundamental.
Hoje voltei ao blog de Menina Marota, do blog Poesia Portuguesa…e vi que tinha lá o teu nome com o link do teu audioblog! Ah…adorei ouvir tua voz de novo! E constatei que teu blog é sensacional! Podcast!
Quase te telefonei! Mas pesquisei sobre o fuso! Era aí 01:00! Estavas a dormir! Mas também o que te diria eu? Que nem uma louca desvairada…interrompendo o sono, e sonho dos outros? Hehehehehe! Definitivamente não ficava bem! Temos que ter postura de gente normal! Mesmo não o sendo! Hehehehehe!
Tens uma voz e uma maneira de interpretar únicas! Ouvir-te é sentir a maciez de um felpudo cobertor sobre a pele em noites de inverno. É puro aconchego! Ouvir-te é deliciar-se com teu sotaque! Ouvir-te é fazer deste sentido, o único e eficiente para se continuar vivendo.
Parabéns!
Beijos!!!
L. B. (Brasil)

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Comentário de José Manuel Ruas

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caro Luís Gaspar,
Descobri-o no sábado de aleluia. Em Vale de Cambra.
Todos os anos rumo ao norte, por esta altura, para cumprir uma tradição do meu Pai: abrir as portas da casa para receber o compasso. A Páscoa é coisa levada muito a peito por aqueles lugares. Com limpezas, foguetório e pétalas de flores pelas ruas.
Na véspera pus a conversa em dia com um irmão que aí tenho e fomos espreitar a net. Ele é professor de trabalhos manuais e amante convicto das coisas do ensino-educação. Disse-me logo ao entrar na net: “tenho aqui uma coisa para te mostrar”. E foi aos Favoritos. Fiquei a saber que é ouvido lá na escola. A noite foi longa. Li o seu percurso com grande curiosidade. Quem poderia interessar-se por autores que marcaram a minha juventude? Compreendi então.
Foi uma noitada de prazer. Ao regressar ao Cadaval, onde vivo, deixei no Juris apenas umas linhas. E mais surpreso fiquei por lá ter deixado uma palavras suas também. Nunca imaginei que por ali passasse.
Pois é. Eu é que agradeço a descoberta do seu sítio. Ainda tenho muita volta a dar por ali e muita coisa a saborear.
Um abraço,
José Manuel Ruas

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Comentário de J.E.

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

amigo Luís Gaspar!
Serve este E-mail para lhe comunicar o falecimento de uma das suas fervorosas leitoras, ou melhor dizendo ouvintes.
Trata-se de LME, que está inscrita na sua lista de comunicação de novos trabalhos com o E-mail (xxxxxxx@gmail.com).
Na verdade, ambos ouviamos os seus podcasts, não só devido à sua excelente escolha literária como também à qualidade sonora e de locução que são magníficas.
Em alguns E-mails que trocou consigo, não sei se alguma vez lhe disse que era deficiente visual, mas posso dizer-lhe que na verdade adorava o seu trabalho e não perdia um podcast seu. Todos eles estão guardados religiosamente no computador dela, e agora que arranjei coragem de lhe dar uma arrumadela e de retirar de lá tudo o que gosto, verifiquei que todos os trabalhos anteriores a dia 13 de fevereiro se encontram ali arrumadinhos.
Já retirei os restantes até hoje, e o meu pedido, é no sentido de se possível me adicionar à sua lista de E-mails para comunicação de novos podcasts.
Já agora, e falando em deficientes visuais, quero agradecer-lhe o Grau de acessibilidade da sua página, que é óptimo. É pena que muitas páginas sejam tão bonitas que não possam ser acedidas por pessoas como nós que temos supostamente o mesmo direito à informação e á cultura que os normovisuais.
O meu E-mail E: ( xxxxx@clix.pt ).
Grato pela possível atenção, e continue a produzir estas pérolas de cultura .
J.E

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Comentário de Menina Marota

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá, Meu Amigo.
Acabei de ouvir o Palavras de Ouro 88 dedicado a um dia, que realmente, há muitos anos, me tem passado ao lado: o dia 1 de Abril, que habitualmente chamam Dia das Mentiras.
A escolha dos poemas foi realmente de excepção e como já tenho aqui referido é um privilégio ouvir-te e cada poema ganha vida própria, o que tornou um Dia de Mentira poeticamente… Verdadeiro.
Mas eu não vinha falar deste dia, mas sim, desejar-te e a todos os que te acompanham nestas lides, uma Feliz Páscoa e atenção aos doces, que esses sim, fazem cair os dentes… mentirosos.

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.”
(Poema de Fernando Pessoa)

A todos um abraço carinhoso da
Otilia Martel (Menina_Marota)

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Comentário de Deana Barroqueiro

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caro Luis Gaspar
É sempre com muita emoção que ouço as minhas palavras ganharem vida noutras bocas…é como se elas deixassem de ser só minhas e passassem a ser um pouco dos outros. Costumo dizer que sou sonhadora e que acredito na força que as palavras têm, mais do que acredito na sinceridade de um silêncio. Por que os sonhos podem não ter som, são sonhados mudos e calados mas nunca esquecemos dos seus gritos…dos seus murmúrios.
Da poesia que escutei pela sua voz, vou recordar o eco das palavras…mas irei sobretudo recordar com prazer cada momento de silêncio marcado com um sorriso rasgado nos lábios e uma lágrima sempre à espreita no meu rosto.
Obrigado por me ter feito sonhar mais uma vez 🙂
Daniela Pereira

Caríssimo Luís, é-me difícil falar das Palavras de Ouro, sem sentir que o faço com palavras de cobre, pobres patacos sem valor e sem o brilho da imaginação, mas estou ainda emocionada por ouvir ler o meu texto do Fogo e da Água!
Voz alquímica, a sua, que transfigura os textos que lê em Palavras de Ouro. Merlin moderno, coleccionador de Tempos, Mitos e Memórias, propagador generoso dos sonhos dos outros num espaço e tempo virtuais, a que não falta “o golpe de asa”.
Unindo, com esse seu génio imenso e a dádiva do seu espírito, desconhecidos como Deana Barroqueiro ou Carlos Luanda e outros (muitos) na mesma emoção e no prazer da partilha da teia de palavras, ideias e sentimentos. Não admira que as crianças sonhem ao som da sua voz… esse é sem dúvida o maior e mais sincero elogio à sua Arte e ao Ser que é.
Vou ser “um grão de nada”, ouvindo-o de novo, de olhos fechados, para agradecer a gentileza do seu ouvinte Carlos Luanda que me sensibilizou muitíssimo. Bem hajam os dois.
Deana Barroqueiro

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Comentário de Carlos Luanda

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Meu caro.
Fiquei completamente arrepiado depois de ter ouvido mais este trabalho de Deana. De olhos fechados, levado pelo embalo da música e das palavras. Magnificamente escrito, e espectacularmente interpretado. Acho que ela estará de acordo comigo, quando afirmo que as suas palavras veiculadas pela “rádio” renascem num novo esplendor. O texto adquire dimensões e profundidades que escapando à fisica do universo conhecido pela razão fria da ciencia, engolem num tempo sem horas a pequenez desse infinito que cabe num piscar de olhos dos Deuses.
Fiquei maravilhado e ouvi duas vezes seguidas esta verdadeira maravilha. Quem serei eu para dar os parabéns seja a quem for? Apenas um grão do nada. Vejo-me a brilhar de repente contra a escuridão quando iluminado pelo seu brilho, Deana. Permita-me modestamente afirmar que nunca é de mais enfatizar o seu mérito….
António Gedeão, o mestre que descobre para os olhos que não vêem, que a razão entre os angulos internos dum triângulo inscrito na roda trignométrica, projectam no apogeu, a tangente para o infinito, onde não há outra medida que não seja a da poesia.
Carlos Luanda

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Comentário de Carlos Luanda

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá amigo
Tive oportunidade de ouvir em completo silencio e isolamento o trabalho da Deana Barroqueiro, Bernardim Ribeiro e de Joaquim Pessoa.
A mitologia foi-me sempre cara e das primeiras coisas profundas com que tomei contacto ainda em criança. O mundo fantástico e intemporal dos Deuses e a sua complexa relação inspirada na pequenez dos homens …
Magnificamente lido por si….os meus respeitos e cada vez maior admiração.
Não oiço os programas senão quando estou completamente tranquilo como lhe disse previamente e como é o caso agora.
Tenho muitos ainda por ouvir e repetir a audição como é o caso deste presente.
Gostei bastante como leu Bernardim, transpôs cinco séculos transformando o
autor num quase nosso contemporâneo. Não sei como o seriamos capazes de
entender de outra forma dado o distanciamento temporal e toda a rotação de
palavras e sentidos que o falar vai sofrendo à medida que passa pelas
gerações…O senhor é de facto excelente!
E Joaquim Pessoa, claro, uma enorme vénia… Onde estamos todos quando o
nosso descanso e bem estar é a tragédia de outros…
um abraço
Carlos Luanda

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