Comentário de Raquel de Vasconcelos

17.01.2008

Já me passeara em tempos pel”As Palavras de Ouro” e apaixonara-me pela forma como o Luís declamara o “Adeus” de Eugénio de Andrade. Talvez porque o poema, na sua voz, “saltara” para a vida real de uma forma tão pungente.
“Já gastámos as palavras pela rua, meu amor
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.” (….)
No final de ouvir e ouvir e ouvir… tinha lágrimas nos olhos.
Foi o que me sucedeu, desta vez por razões diferentes.
Porque ouvir as minhas palavras na voz de alguém que as declamou tão bem e acima de tudo, se importa em nos dar voz, a estes “outros” que ainda se perdem nas entrelinhas do que são os pensamentos soltos por aí… ainda sem destino certo.
O Luís pedira-me uma pequena descrição de mim mesma. Enviei-a a medo. Ele deu-lhe vida e cor, um calor, que eu não esperava.
Fico-lhe grata por me ter emocionado. Por ter chegado até mim. Pelo seu belo espaço e capacidade para o manter.
E ainda um beijo especial à sua “Sininho”, a Menina Marota, que não esquece o que é a paixão dos bloggers das palavras ainda mudas.
Uma lágrima, um abraço,
Raquel Vasconcelos

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