“Quando o Homem Atinge” de Cruzeiro Seixas
23.08.2021
Quando o homem atinge
aproximadamente a sua medida
rebentam as lágrimas nas mais altas serranias
e assim nasce
algures um povo
um espelho de prata
na vastidão de um leito.
Uma espécie de descoberta
inútil
mas que sempre será celebrada
como uma imensa revoada de pombos.
Nada a fazer
o palhaço
está caído entre os seus símbolos
a gritar para além do vidro
à chuva
sobre a evidência da terra empapada.
Um homem
um fruto
ou melhor
um minúsculo som
engaiolado na janela
aberta
na tua carne fremente.
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