Judith Teixeira – “Outonais”
25.01.2012
No meu peito alvo, de neve,
as claras pétalas dos teus dedos,
finas e alongadas,
tombaram como rosas desfolhadas
à luz espásmica e fria
deste entardecer…
E o meu corpo sofre,
ébrio de luxúria, um mórbido prazer!
A cor viva dos teus beijos,
meu amor,
prolonga ainda mais o meu tormento,
na trágica dor
deste desvestir loiro e desolado
do Outono…
Repara agora, como o sol morre
num agónico sorrir
doloroso e lento!…
Noite… um abismo…
sombras de medo!
Tumultuam mais alto os teus desejos!
Sobe o clamor do meu delírio
e a brasa viva dos teus beijos,
num rúbido segredo,
vai-me abrindo a carne em sulcos de martírio!
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