Comentário de Octavio Roggiero

17.01.2008

Caro Luís Gaspar,
tão-logo recebi a boa-nova de que o programa estava pronto e no ar, sentei-me num canto, aumentei o volume das caixinhas do computador e chamei minha mãe e minha irmã para que compartilhassem este momento mágico comigo, que se assemelha ao recebimento de um prêmio internacional. Em verdade, foi mesmo um prêmio internacional! Os poemas por você interpretados tomam feições as mais líricas, acentuadas pelo seu vozeirão, que ressoa ao mais íntimo sentir, e nos estremece. “Que linda voz!”, dizia minha mãe entre a leitura de um poema e outro. Mas acrescento: mais que a voz, cuja beleza é indiscutível, também o fundo musical escolhido, o modo como a apresentação é feita, enfim, o programa inteiro é arte sobre arte, uma releitura que atribui novas dimensões aos poemas, capaz de trazer de volta, inclusive ao próprio poeta-escritor, a mesma intensidade do verve, a mesma virgindade das sensações experimentadas quando do processo criativo, capaz de comover de uma maneira singular, toda especial, todos que têm o prazer de ouvi-lo.

Enquanto ouvia a declamação, meu pensamento ia longe: “O que diria meu pai sobre isso?” “Decerto que se emocionaria também e enviaria, de imediato, poemas para o Luís”. De fato, e quem não gostaria de ter seus próprios poemas inda mais poetizados? Quem não se sentiria radiante ao ver-se internacionalizado pelo Estúdio Raposa?
Sou todo gratidão, Luís, gratidão e admiração pelo seu trabalho.
Octavio Roggiero

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