Fátima Fernandes – “Registos”
01.02.2013
Ouço-te num qualquer outro registo de dança
Onde pensares e sentires são devolvidos em contracapa
Nua, de cor única e vazia de espelhos
Olho-te e não te vejo
Só os esboços estudados da dança
Permanecem em meus ouvidos como inconstância
De desafios musicados
E de suspiros
E de muros levantados
E de búzios fendidos
Por onde se escapa o que nem a brisa alcança
Olho-te por entre o arvoredo de um mar salgado
Agitando formas de cotovelos apoiados nas águas
Numa outra de mim que o registo fez parte
Quando fendiam as paredes da casa
Agora brancas, imaculadas
Pelo silêncio sorridente e ameno das asas
Que descubro serenamente e destapo
Nas cores luzentes das sonoridades
Que enfeitam e alegram o espaço
No repouso cantante, suave
Do regaço que eleva e embala
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