E. M. de Melo e Castro – “Pernas”
15.01.2012
se olho as tuas pernas digo duas pernas
sem pensar mais nas pernas que nas pregas
mas sinto as tuas pernas duas pernas
mais do que sinto as pregas como pregas
e nem pregas nem pregos nem pregões
me podem impedir de pensar pernas
quando as duas e tuas pernas pões
na posição das diagonais eternas
e entre as pernas que tu usas tuas
e a única palavra que as nomeia
e o volume de que faço nuas
surge a imagem súbita do prego
que se prega nos olhos e que fura
no duro centro aonde a imagem dura
(in Sim… Sim! – Poemas Eróticos, Editora Vega, 2000)
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