Martin Suarez – “Foi um dia…”
13.05.2016 | Produção e voz: Luís Gaspar
Trovador português, documentado no período compreendido entre 1220 e 1260, natural de Riba de Lima. Foi casado com Maria Soares, dona de Santarém, região onde parece ter-se fixado. Os Livros de Linhagens, onde o seu nome não consta, referem que João Martins, seu filho, documentado na região, foi igualmente trovador. Se não há confusão com o pai, as composições de João Martins não chegaram até nós. Acrescente-se, no entanto, que João Martins parece ter sido próximo do magnate e trovador D. João Peres de Aboim, o que talvez indique que Martim Soares o teria sido igualmente.
13.05.2016 | Produção e voz: Luís Gaspar
Português moderno
Foi um dia o jogral Lopo
a casa de um infanção cantar,
e mandou-lh’ ele em pago dar
três coices na garganta;
e foram escassos, cuido eu,
pelo modo como canta.
Escasso foi o infanção
em repartir os seus coices,
pois não deu a Lopo então
mais de três na garganta,
e mais merece o jogralão,
pelo modo como canta.
Português antigo
Foy um dia Lopo jograr
a casa duū infançon cantar,
e mandou-lh’ ele por don dar
três couces na garganta,
e foi-lhe escasso, a meu cuidar,
segundo como el canta
Escasso foi o infançon
en seus couces partir’ enton,
ca non deu a Lopo enton
mais de três na garganta,
e mais merece o jograron,
segundo como el canta.
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.
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