“Auto-procura”, poema de Daniel Filipe.
08.07.2022
O meu Eu, deixei-o abandonado
P’los caminhos da Dor e da Ilusão.
Sou um cego, sem guia nem bordão…
Um farrapo aos ventos atirado.
Todos os sonhos bons que hei sonhado
Queimaram-se na chama da Paixão…
E onde havia, outrora, um coração
Há um abismo sem fundo de pecado.
Entre o que fui e o que sou, a cada instante,
Há em mim uma luta fatigante
Que a minha alma gasta não suporta…
Na ânsia de encontrar-ME (vão intento!),
Meus dias vou gastando, num tormento,
A procurar de MIM, de porta em porta!…
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