“Tanto tempo sem nós”, poema de Samuel Costa Velho.
21.09.2022
Deu tempo para lembrar tudo
enquanto o meu corpo embatia no chão.
Desde o primeiro olhar fresco que trocámos
até à ausência mútua,
revivi e desvivi, nesse instante.
Com os ossos a desistirem de resistir ao encontro
[com o chão suave que me abraçava
[e a dor/prazer/tu a começar a sentir-se.
Morri aos pedaços quando a queda acabou, quando
[todo eu me apaguei contra o teu peito.
[Deu tempo para um pensamento.
O amor ou a tua mão, pergunto-me com qual
[me abandonaste primeiro.
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