“Orgulho” de Fernanda de Castro.
20.10.2021
Nada quero da vida ambicionada
por quantos me rodeiam nesta vida
Nem riqueza, nem glória desmedida
Perguntam-me o que tenho: estou cansada.
Vencida de cabeça levantada,
orgulho sem limites de vencida.
Eu sou bem criada, a bem nascida,
a que deu tudo e nunca pediu nada.
Nada espero da vida nem da morte.
Vergada ao peso de uma alma forte,
cá vou calando angústias e cansaços,
mas que longos, às vezes, são os dias
e como pesam duas mãos vazias
e que desertos cabem nos meus braços!
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