Casimiro de Brito – “Entro…”
18.05.2016
Entro paciente e afundo-me no reino
da mãe. O barro mais antigo
brilha no teu sexo que se abre escuro
ao meu desejo — à ternura, ao furor que busca
o caos. Só em ti, que não temes a noite nem a saudade,
me encontro. Abres a húmida concha
e salto para dentro do lume
da primeira casa. Deixo à entrada
a angústia de quem vai morrer.
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