Nota biográfica >>

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005). Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».

Teresa Balté – “Para o Eugénio”

06.01.2016

alvaro_siza

Criam as mãos os frutos e recolhem-nos –
Pousam na terra o ovo da ternura
Regam com riso e chuva e sol e lua
Com a paixão aquecem iluminam

Irradiante o caule rasga o perímetro
Abre-se em asa tinge-se de esperança
Revela então o coração da planta
Na flor da aliança o arco-lírio

E fecunda-se o rubro em ouro de alma
Em pomo em pedra em obra em plenitude
Da semente onde o tempo se confunde
E ternamente rola e ruge e canta –

Criam as mãos os frutos e deslumbram-se
Vertendo noutras mãos o rio de chama

Poema de Teresa Balté, ilustração de Álvaro Siza, ambos retirados do livro “Aproximações a Eugénio de Andrade”, editado pela ASA com o patrocínio a BIAL, coordenação de José da Cruz Santos e Direção gráfica de Armando Alves.

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