Nota biográfica >>

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005). Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».

Fiama Hasse Pais Brandão – “Poesia”

21.11.2015

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… Os meus olhos, o espírito e as mãos
pegam em cada imagem de uma flor,
em cada dia de visão e ganho. Mas a
perda, enfim, virá somar tudo igual a
si mesmo, uno, passado. E, de
repente, uma flor de palavras muito
branca chega até mim, e é esta
estação, nesse florir de goivos. Uma
carta traz-me inscrita as palavras de
Eugénio, goivos, e o seu eflúvio. Esta
transcreve-a ele de Pessanha, diante
de tão nítidos canteiros. Grata,
prendo-me a esses elos vivos da
corrente de vozes, que se oferecem aos
ouvintes, depois de recolherem o real,
o findo, o que foi amado. […]

Poema de Fiama Hasse Pais Brandão, ilustração de Lagoa Henriques, ambos retirados do livro “Aproximações a Eugénio de Andrade”, editado pela ASA com o patrocínio a BIAL, coordenação de José da Cruz Santos e Direção gráfica de Armando Alves.

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