António Salvado – “Eugénio de Andrade”
09.10.2015
Nesse dominado obscuro me perdi
tão dominado em sombra e claridade
Que bom sorver os frutos e as raízes
eternos e perfeitos sem idade
Nascem da terra e é como se de uma pomba
do ar viesse: e rouba-lhe sementes
que vai lançar no mar em sol e som
e onde ligeiros barcos nas correntes
singram velozes tais as nuvens puras
que um terno vento azul impele empurra
E lá no fundo audaz onde maior
o mar conduz o seu mistério ao alto
surge o amor: a contemplar a cor
que lhe define o seu domínio intacto
Poema de António Salvado e ilustração de Martins Correia retirados do livro “Aproximações a Eugénio de Andrade, das Edições ASA. Coordenação de José da Cruz Santos e Direção gráfica de Armando Alves.
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