Sebastião da Gama – “Canção de guerra”

19.12.2014

medo14

Aos fracos e aos covardes
não lhes darei lugar dentro
dos meus poemas. Covarde
já eu sou. Fraco, já o sou
demais, e se entre fracos
for me perderei também.

Quero é gente animosa que
olhe de frente a Vida, que
faça medo à Morte. Com
esses quero ir, a ver se me
convenço de que também
sou forte. Quero vencer os
medos… Vencer-me – que
sou poço de estúpidos
terrores, de feminis
fraquezas. Rir-me das
sombras, rir-me das velhas
ondas bravas, rir-me do
meu temor do que há-de
acontecer.
Venham comigo os fortes…
Façam-me ter vergonha
das minhas covardias. E de
seus actos façam (seus
actos destemidos)
chicotes prós meus nervos.
Ganhe o meu sangue a cor
das tardes das batalhas. E eu
vá – rasgue as cortinas que
velam o Porvir. Vá – jovem,
confiado, cumprindo o meu
destino de não ficar parado.

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