Nota biográfica >>

Cristina Miranda nasceu em Braga e lá vive. Fez o curso de História e Ciências Sociais, mas quis o destinio que seguisse a carreira de bancária. Porém, a poesia sempre a acompanhou e foi na blogosfera que as suas palavras de tornaram apreciadas.

Cristina Miranda – “Saudade”

01.02.2013

Foi depressa que devagar nos percorremos,
Foi devagar que depressa corremos o nosso corpo,
Cobrindo-nos da felicidade
Que ia caindo como fiapos de acalento,
Dos meus e dos teus dedos…

Ah, não somos capazes de mais,
A não ser gotejar anseios
Para enobrecer os gestos
Com que nos saciaremos,
Logo mais,
Quando de novo nos inventarmos!
Pensemos no bem-querer que teremos
Quando demorar a vontade,
Que pinga, em nós, açucarada

Sobrevoemos o prazer de estarmos,
De sentir o calor da arena da pele,
E então, sim,
Surpreendamo-nos com a extravagância:

Será depressa que devagar nos percorreremos
Será demorada a pressa de nos invadirmos,
Mas será tão notável o prazer que sempre teremos,
Quer seja ontem,
Quer seja hoje,
Ou amanhã,
De esvoaçar sobre o diadema do nosso desejo.

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