Sebastião Penedo – “A noite alentejana”
30.11.2012
A planície já pôs sua roupagem
nocturna. Agora dorme, sem sentir,
um sono entre acordada e a dormir.
À noite, o Alentejo é a paisagem
dum brando sonho: a lua mira os olho
ao espelho nos pegos das ribeiras.
Há malteses deitados pelas eiras,
além, uma queimada nos restolhos.
Ouvem-se as rãs nos poços coaxar.
Um cão vigia os gados ao relento
e o pastor dorme à porta da cabana.
Cheio de vultos, grilos e luar
e de rumores e de encantamento,
oh, como é grande a noite alentejana!
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