Haendel – “Música Aquática”
14.08.2012
As águas calmas do rio Tamisa aguardavam o inicio da procissão régia e, na faustosa embarcação, Jorge I deliciava-se por aquele bonito dia de Julho de 1717.
E quando os primeiros acordes da solene abertura “Música Aquática” se fizeram ouvir, o soberano encostou-se num almofadão azul e disse:
– Silêncio, agora ouçam Haendel.
Precisamente o obeso compositor tinha concluído dias antes a suite “Música Aquática” e agradeceu com respeitosa vénia.
Ao lado da embarcação real seguia o barco da orquestra e os músicos, de grandes e enfarinhadas perucas, tocavam a preceito toda a partitura.
Jorge I reconhecia há muito não estar nada arrependido de se ter tornado patrono do famoso músico alemão e compositor da corte de Inglaterra.
Haendel o boémio, Haendel o homem de muitas mulheres, Heandel o +
+apreciador de boa mesa, tornou-se um verdadeiro especialista a compor a música das cerimónias oficiais.
Sete anos antes de morrer ficou quase cego depois duma operação à vista mal sucedida,
mas este estudante de direito que optou pela beleza dos sons, deixou-nos obras-primas que são ouvidas ainda hoje com redobrado interesse; oratórias, óperas, música de câmara…
… E a célebre “O Messias”. Na estreia desta oratória as senhoras tiveram de se apresentar sem as armações dos saiotes e os homens sem espadas para que a sala pudesse acolher o maior número de pessoas.
(Salzburg Consort)
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