Fernando Pessoa – “Som do relógio”
15.01.2012
O som do relógio
Tem a alma por fora
Só ele é a noite
E a noite se ignora.
Não sei que distância
Vai de som a som
Soando, no tique,
Do taque do som.
Mas oiço de noite
A sua presênça
Sem ter onde acoite
Meu ser sem ser
Parece dizer
Sempre a mesma coisa
Como o que se senta
E se não repousa
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