Benjamin Neukirch – “Silvia”
14.01.2012
Porque praguejas, Sílvia, quando esta negra mão
C’o teu seio quer brincar?
Era alva como tu, e o fogo da paixão
Assim a fez ficar.
Se com teu fogo vens meu corpo incendiar,
De mármore nem neve pode minha mão ser.
Dizes-lhe que não busque e não faça o que faz.
Tens razão. Há-de ser.
Mais não busca que a ti, mais não quer do que paz
E seu jogo jogar.
De que te queixas, pois? E que razões ter julgas,
Já que favores iguais não os negas às pulgas?
Tradução de João Barrento
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