Unno Ahl – “Nuvens”
13.01.2012
Lá em cima
as nuvens da minha infância sobrevivem.
Ganhei e perdi.
Amei.
E aos trinta anos
sinto que sou o senhor do mundo.
Dia a dia contemplo as nuvens
e digo para mim:
só o desejo é eterno.
Sou feliz a meu modo.
Junto do muro branco
uma rapariga beija-me
os seus olhos parecem perguntar me
se o nosso amor vai durar
toda a vida.
Eu sorrio
mas não lhe digo
que só o desejo é eterno.
Todas as manhãs me olho no espelho:
para trás ficou a primavera da minha vida
mas ainda sou o dono do mundo.
E continuarei a sê lo
enquanto no céu
não se esfumarem as nuvens da minha infância
e não se apagarem
os velhos desejos.
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