José Régio – “Soneto de amor”
12.01.2012
Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma… Abre me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas…
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua…, – unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar se.
Depois… – abre os teus olhos, minha amada!
Enterra os bem nos meus, não digas nada…
Deixa a Vida exprimir se sem disfarce!
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