Otília Martel – “Cálida”

10.01.2012

Cálida,
a noite vem nos teus olhos
quando a lua se descobre
e a promessa dos teus beijos
me estremece.
As tuas mãos,
que não tocaram meu corpo nestes dias sem tempo,
viajam no sonho e nas palavras,
florescendo no corpo húmido que se agita no desejo.
Desvendo os sons sentidos no silêncio
e neles quebro meu olhar que se espraia no horizonte,
como nuvem em dia de chuva.
Embalo-me como estrela cadente
ritmada em suave toque,
onde te imagino
percorrendo-me, gota a gota,
sorvida calidamente no desejo dos
teus lábios sôfregos,
que circulam em cada pedaço da
[minha pele … ]
És.
Sou.
Imaginação
e
Fim.

(Do livro “Menina Marota – Um desnudar de alma”)

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