Florbela Espanca – “Horas rubras”
09.01.2012
Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas …
Ouço as olaias rindo desgrenhadas …
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas …
Os meus lábios são brancos como lagos …
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras …
Sou chama e neve branca misteriosa …
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!
Podcast (estudio-raposa-audiocast): Download