António Feijó – “Pálida e loira”
08.01.2012
Morreu. Deitada no caixão estreito,
Pálida e loira, muito loira e fria,
O seu lábio tristíssimo sorria
Como num sonho virginal desfeito.
– Lírio que murcha ao despontar do dia,
Foi descansar no derradeiro leito,
As mãos de neve erguidas sobre o peito,
Pálida e loira, muito loira e fria…
Tinha a cor da rainha das baladas
E das monjas antigas maceradas,
No pequenino esquife em que dormia…
Levou-a a morte na sua graça adunca!
E eu nunca mais pude esquece-la, nunca!
Pálida e loira, muito loira e fria…
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