Otília Martel sobre “Primeira HORA”
25.03.2009
Primeira Hora…
Que se estendeu por dias… porque este programa não pode ser ouvido como quem lê um livro, mas sim como quem saboreia o melhor dos vinhos, a melhor sobremesa, ou talvez… o sabor do primeiro beijo….
Numa oferenda de uma diversificação de autores, de temas que se conjugam e me deliciam, onde estão presentes alguns dos poetas de que mais gosto, este é realmente um trabalho que esperei com uma certa ansiedade, confesso.
Uma oportunidade, para quem gosta de ouvir poesia e sentir a força das palavras que se escrevem e, neste caso, que se dizem, gravar em cd’s cada Hora é uma das opções que oferece um programa independente de notas biográficas e outros dados…e nos proporciona uma liberdade de audição e, neste caso, para uma memória futura, a indicação do nome do autor no início de cada poema, talvez fosse a solução para completar esta excelente iniciativa…
Talvez, porque o piano seja uma das minhas principais afectividades musicais, ouvi-lo a acompanhar cada poema, emociona-me… por isso, nada tenho a objectar até porque, pessoalmente, considero ser o melhor som para acompanhar poesia.
Enquanto escrevo, estou a ouvir o programa… provavelmente, deixei no esquecimento alguma coisa por dizer, será talvez um pretexto para voltar a escrever sobre esta iniciativa.
Queria deixar ainda bem expresso, o meu comovido agradecimento por ver o meu humilde nome (e poema), entre alguns dos mais célebres Poetas Portugueses; foi realmente um momento especial, tal como a escolha do poema, porque também ele é, muito especial para mim. Obrigada!
E, finalmente, parafraseando Carlos Drummond de Andrade:
“ E agora, José?
Esta Hora acabou,
a luz se apagou,
o ouvinte saiu,
o dia clareou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que tem um Nome,
que não zomba dos outros,
você que nem faz versos,
mas que os ama e não protesta
quando lhe exigimos demais.
E agora, José?
Quando vem nova HORA?
Quando, José? ”
Um abraço,
Otília Martel (Menina Marota)