Nota biográfica

Jogral talvez português, que terá exercido a sua atividade no reinado de D. Dinis, provavelmente nos seus anos iniciais. A existência do seu apelido na documentação portuguesa, como confirma Resende de Oliveira, e as referências repetidas que faz a Lisboa nas suas composições parecem confirmar estas coordenadas espacio-temporais. Mas poderá igualmente tratar-se de um jogral galego presente na corte portuguesa. Seja como for, não dispomos de quaisquer dados concretos sobre a sua biografia.

João Zorro – “Pela ribeira do rio”

29.04.2016 | Produção e voz: Luís Gaspar

besteiros

Português moderno

Pela ribeira do rio
vi remar o navio,
e tenho gosto na ribeira.

Pela ribeira do alto
vi remar o barco,
e tenho gosto na ribeira.

Vi remar o navio
onde vai o meu amigo,
e tenho gosto na ribeira.

Vi remar o barco
onde vai o meu amado,
e tenho gosto na ribeira.

Onde vai o meu amigo,
quer-me levar consigo,
e tenho gosto na ribeira.

Onde vai o meu amado,
quer-me levar de bom grado,
e tenho gosto na ribeira.

Português antigo

Per ribeira do rio
vi remar o navio,
e sabor ey da ribeira.

Per ribeyra do alto
vi remar o barco,
e sabor ey da ribeira.

Vy remar o nauio
u uay o meu amigo,
e sabor ey da ribeira.

Vy remar o barco
u uay o meu amado,
e sabor ey da ribeira.

U uay o meu amigo,
quer-me leuar consigo,
e sabor ey da ribeira.

U uay o meu amado,
quer-me levar de grado,
e sabor ey da ribeyra.

Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.

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