Nota biográfica >>

Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, é uma conhecida e popular poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotismo, feminilidade e panteísmo.

“O que tu és…”, poema de Florbela Espanca.

09.02.2022

És Aquela que tudo te entristece

Irrita e amargura, tudo humilha;

Aquela a quem a Mágoa chamou filha; 

A que aos homens e a Deus nada merece.

Aquela que o sol claro entenebrece

A que nem sabe a estrada que ora trilha.

Que nem um lindo amor de maravilha 

Sequer deslumbra, e ilumina e aquece!

Mar-Morto sem marés nem ondas largas,

A rastejar no chão como as mendigas, 

Todo feito de lágrimas amargas!

És ano que não teve Primavera…

Ah! Não seres como as outras raparigas

Ó Princesa Encantada da Quimera!…

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