(Lágrimas, não), poema de Mário Castrim.
15.10.2021
Lágrimas, não. Lágrimas, não. A sério.
Enfim, não digo que. É natural.
Mas pronto. Adeus, prazer em conhecer-vos.
Filhos, sejamos práticos, sadios.
Nada de flores. Rigorosamente.
Nem as velas, está bem? Se as acenderem,
sou homem para me levantar e vir
soprá-las, e cantar os “parabéns”.
Não falem baixo : é tarde para segredos.
Conversem, mas de modo que eu também
oiça, e melhor a grande noite passe.
Peço pouco na hora desprendida :
fique eu em vós apenas como se
tudo não fosse mais que um sonho bom.
8/ 10/2002
(Poema escrito para os filhos 8 dias antes de falecer. Publicado no Facebook
por Alice Vieira viúva do poeta há 18 anos.)
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