Nota biográfica >>

Camilo Almeida Pessanha (Coimbra, 7 de Setembro de 1867 — Macau, 1 de Março de 1926) foi um poeta português. É considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, além de precursor do princípio modernista da fragmentação.

Camilo Pessanha – “Rosas brancas”

08.07.2013

Floriram por engano as rosas bravas No inverno:
veio o vento desfolhá-las… Em que cismas, meu
bem? Porque me calas As vozes com que há
pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!…
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve, Surda, em
triunfo, pétalas, de leve Juncando o chão, na
acrópole de gelos…

Em redor do teu vulto é como um véu! Quem
as esparze — quanta flor! —, do céu, Sobre nós
dois, sobre os nossos cabelos?

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