Firmino Rocha – “Deram um fusil ao menino”

10.01.2012

Adeus luares de Maio.
Adeus tranças de Maria.
Nunca mais a inocência,
nunca mais a alegria,
nunca mais a grande música
no coração do menino.
Agora é o tambor da morte
rufando nos campos negros.
Agora são os pés violentos
ferindo a terra bendita.
A cantiga, onde ficou a cantiga?
No caderno de números,
o verso ficou sozinho.
Adeus ribeirinhos dourados.
Adeus estrelas tangíveis.
Adeus tudo que é de Deus.
DERAM UM FUZIL AO MENINO.

(Este poema encontra se hoje gravado em placa de bronze, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). Este mesmo poema foi publicado numa colectânea sobre a paz editada pela ONU e distribuída em todo mundo.)

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