Nota biográfica >>

Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, é uma conhecida e popular poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotismo, feminilidade e panteísmo.

Florbela Espanca – “Horas rubras”

09.01.2012

Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas …

Ouço as olaias rindo desgrenhadas …
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas …

Os meus lábios são brancos como lagos …
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras …

Sou chama e neve branca misteriosa …
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

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