Luis Pinto comenta a “Ceia dos Cardeais”

19.10.2008

Julgo ter sido bem escolhida esta peça de Júlio Dantas para continuares com os teus “Audiobooks”, parados que estão desde “O Diário de um Louco”. Aliás não entendo tão grande interregno pois “matéria prima” não te falta para as capacidades representativas que te são reconhecidas.
Claro está que “A Ceia” é uma peça estafada e dificilmente, nos tempos que correm, a veremos ser representada “ao vivo”; porque a igreja católica atravessa momentos difíceis, porque há uma crise de adesão ao sacerdócio, porque não param escândalos de costumes, porque de há 4 ou 5 anos para cá os seus máximos representantes têm passado a vida a pedir desculpas.
Mas “A Ceia dos Cardeais” escrita por um dramaturgo respeitado (o manifesto de Almada deve ser entendido dentro de um clima de anti-tudo), tem a virtude de mostrar sem rodeios que os homens por Deus eleitos para Sua representação na terra, não amam apenas a cruz e o terço.
Neste teu novo trabalho saliento que conseguiste criar uma sala de teatro com bastante público, coisa raríssima nos nossos dias (talvez dispensável o ruído do pano que sobe e desce), e sente-se bem o proscénio junto do ouvinte. Alguma dificuldade/confusão inicial para distinguir quem é quem mas, com o desenrolar do argumento/representação, desaparece naturalmente.
Será curioso acompanhares de perto o interesse desta “Ceia” estando atento às visitas que te “batem à porta”.
Este teu esforço merece e deve ser divulgado. Trata disso.
Luís Pinto

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