Carlos Almeida

23.02.2008

Em primeiro lugar os meus melhores cumprimentos, Luís Gaspar, já me disse que não apreciava o trato, mas você é de facto um Senhor!
Depois, como sempre, não é nunca demais agradecer e insistir no agradecimento pelos momentos excelentes que proporciona a todos que tem o privilégio deste espaço. (Público sim mas um privilégio)
No que toco ao tema desenvolvido pelo nosso Mia Couto, sou inteiramente contra a unificação que este abstruso acordo pretende impor. Após 5 séculos de Diáspora da cultura Portuguesa, todos os que seguem o monolitismo da língua, já deveriam ter percebido que a língua Portuguesa cresceu, ramificou-se e é hoje diversa e mais rica. Incorporou novos vocábulos mercê do contacto com outros povos e outras culturas, e adquiriu novos sentidos para palavras velhas. Também, e naturalmente no palco de outras realidades, palavras e expressões terão caído em desuso, e outras ainda alterado a pronúncia sendo essa uma das razões, senão a principal para que em alguns lugares se adoptasse por outra grafia.
A minha Pátria é a minha língua dizia o Poeta. Por isso mesmo, estou em profundo desacordo que se pretenda equalizar a grafia, pois de tão diverso que o Português se tornou, de tantas Pátrias ele se aPessoou que Bernardo Soares, Álvaro de Campos ou Alberto Caeiro ficariam decerto irritadíssimos se porventura de repente Ricardo Reis lhes quisesse impor a sua forma de escrever.
Que se escreva Português de Portugal, do Brasil, de Angola e de Moçambique e mais que seja! Jamais perdi o norte a um texto pelo facto dele estar escrito da forma como outros povos sentem a nossa língua, e como provou o M. Sousa Tavares, ao editar para o Brasil e para toda a Lusofonia a sua obra em Português de Portugal, também do outro lado ninguém se sentiu de menos por ler como cá se fala e se escreve.
Sem mais, um abraço deste seu admirador.
Carlos

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