Nota biográfica

António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 - Lisboa, 23 de Setembro de 2013), poeta português, ainda reconhecido como desenhador. Fez parte do MUD Juvenil. O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.

António Ramos Rosa – “Uma voz na pedra”

15.04.2015 | Produção e voz: Luís Gaspar

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Não sei se respondo ou se pergunto. Sou uma voz que
nasceu na penumbra do vazio. Estou um pouco ébria e
estou crescendo numa pedra. Não tenho a sabedoria do
mel ou a do vinho. De súbito ergo-me como uma torre de
sombra fulgurante. A minha ebriedade é a da sede e a da
chama. Com esta pequena centelha quero incendiar o
silêncio. O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.

Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim. Não
estou perdida, estou entre o vento e o olvido. Quero
conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível. Sou
alguém que espera ser aberto por uma palavra.

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António Ramos Rosa – “Uma voz na pedra”

14.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

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