Sebastião da Gama – “Quando eu nasci”
06.05.2018 | Produção e voz: Luís Gaspar
Sebastião Artur Cardoso da Gama (Vila Nogueira de Azeitão, 10 de abril de 1924 — Lisboa, 7 de fevereiro de 1952) foi um poeta e professor português. Sebastião da Gama licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1947. Foi professor em Lisboa, na Escola Comercial Veiga Beirão, onde fez o seu Exame de Estado. Colaborou nas revistas Árvore e Távola Redonda. A sua obra encontra-se ligada à Serra da Arrábida, onde vivia e que tomou por motivo poético de primeiro plano (desde logo no seu livro de estreia, Serra-Mãe, de 1945), e à sua tragédia pessoal motivada pela tuberculose. Fundador da Liga para a Protecção da Natureza em 1948.
06.05.2018 | Produção e voz: Luís Gaspar
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve estrelas a mais…
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém…
Para que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe…
Podcast: Download