D. Sancho I – Cantiga de amigo
11.03.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar
Segundo rei de Portugal, filho de D. Afonso I e de D. Mafalda. Casou em 1174 com D. Dulce de Aragão. Por volta de 1170 passou a comparticipar da administração pública, devido a doença de seu pai. No campo da cultura, o próprio rei foi poeta e enviou muitos bolseiros portugueses a universidades estrangeiras. Considerado por alguns especialistas como o primeiro poema (cantiga de amigo) em língua portuguesa, atribuído a D. Sancho I (séc. XII). Editado por José Leite de Vasconcelos, Textos Arcaicos, 3ª ed. 1923, p. 17. Há outros poemas (cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal-dizer) consideradas das primeiras, em português.
11.03.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar
Ai eu, coitada, como vivo em gram cuidado
por meu amigo que ei alongado!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ai eu, coitada, como vivo em gram desejo
por meu amigo que tarda e nom vejo!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
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17.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar
Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões, Virgílio, Shelley, Dante
o meu amigo está longe e a distância é bastante.
Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões, Virgílio, Shelley, Dante!
o meu amigo está longe e a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões, Virgílio, Shelley, Dante:
o meu amigo está longe e a saudade é bastante!
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