Nota biográfica

Segundo rei de Portugal, filho de D. Afonso I e de D. Mafalda. Casou em 1174 com D. Dulce de Aragão. Por volta de 1170 passou a comparticipar da administração pública, devido a doença de seu pai. No campo da cultura, o próprio rei foi poeta e enviou muitos bolseiros portugueses a universidades estrangeiras. Considerado por alguns especialistas como o primeiro poema (cantiga de amigo) em língua portuguesa, atribuído a D. Sancho I (séc. XII). Editado por José Leite de Vasconcelos, Textos Arcaicos, 3ª ed. 1923, p. 17. Há outros poemas (cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal-dizer) consideradas das primeiras, em português.

D. Sancho – “Ai eu, coitada”

28.03.2016 | Produção e voz: Luís Gaspar

d_sancho

Português moderno

Ai eu, coitada, como vivo
em grande cuidado por meu amigo
que tenho longe!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ai eu, coitada, como vivo
com grande desejo por meu amigo
que tarda e não vejo!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!

Português antigo

Ay eu, coitada, como uyuo
en gram cuydado por meu amigo
que ey alongado!
muyto me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ay eu, coitada, como uyuo
en gram desejo por meu amigo
que tarda e non uejo!
muyto me tarda
o meu amigo na Guarda!

Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.

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D. Sancho I – Cantiga de amigo

11.03.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Ai eu, coitada, como vivo em gram cuidado

por meu amigo que ei alongado!

Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!

Ai eu, coitada, como vivo em gram desejo
por meu amigo que tarda e nom vejo!

Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!

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