João Penha – “A Carne”
11.09.2014 | Produção e voz: Luís Gaspar
João Penha (1838-1919) . Poeta português (de Braga), também jurista e magistrado. Introduziu o parnasianismo em Portugal.
11.09.2014 | Produção e voz: Luís Gaspar
Carne mimosa, carne cor de rosa
Nada mais sois, oh anjos, na poesia
Dos vates dissolutos de hoje em dia,
Nos romances de amor, hedionda prosa.
A vossa alma gentil, ideal, mimosa,
Nestas idades de descrença ímpia,
Como escondida, numa estátua fria
Sonha e não voa, de voar medrosa!
Anjos chorai o Amor! Com voz dolente
Dizei-lhe adeus! Bronco recife
Se apruma entre ele e vós, cruel, ingente:
Que par mais que de vinhos o borrife,
Ninguém gosta de ver, continuadamente,
Diante de si, fatal, o mesmo bife!
in “Novas Rimas” a Cândido de Figueiredo.
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21.05.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar
João Penha (1838-1919) Poeta português, natural de Braga, também jurista e magistrado. Introduziu o parnasianismo em Portugal.
A CARNE
[A Cândido de Figueiredo]
Carne mimosa, carne cor de rosa
Nada mais sois, oh anjos, na poesia
Dos vates dissolutos de hoje em dia,
Nos romances de amor, hedionda prosa.
A vossa alma gentil, ideal, mimosa,
Nestas idades de descrença ímpia,
Como escondida, numa estátua fria
Sonha e não voa, de voar medrosa!
Anjos chorai o Amor! Com voz dolente
Dizei-lhe adeus! Bronco recife
Se apruma entre ele e vós, cruel, ingente:
Que par mais que de vinhos o borrife,
Ninguém gosta de ver, continuadamente,
Diante de si, fatal, o mesmo bife!
in “Novas Rimas”
Podcast (estudio-raposa-audiocast): Download