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Pedro Barão Campos. Acaba de publicar "Intensidade - Reflexões Poéticas" (Edição do Autor)

Pedro Barão de Campos – “O Sonho”

28.04.2012

Às vezes, tenho um sonho 

Que de noite surge na minha 

almofada Como se fosse 

trazido por uma brisa doce Ou 

um beijo quente que me aconchega.

Ali acontece

Que de um instante ao outro, tudo

muda e fico sonho

Entre a realidade de estar a dormir e a 

ilusão do sonho que
me
invade e me transforma

E há uma linha ténue onde tudo se

mistura e cresce…

E eu sou turista breve entre um e outro

Mundo

No transcendente instante que se 

demora em mim.

De repente, sou todo sonho!

E o que era a cama é agora uma fresca

erva verde que me

cerca até ao arvoredo

E eu estou estendido nesse prado de

Encanto

Onde os sonhos são a forma das 

gaivotas e as copas das

árvores a dançar ao som de uma

melodia inconcebível…

Debaixo de um céu azul profundo

Sinto o vento a passar por mim e pelas

minhas mãos

quando as ergo em direcção ao Sol

Escuto a voz de um som que sopra por

entre a folhagem e

produz música…

Como um piano em que as teclas são 

as folhas e o pianista

é o pensamento

E vejo… a exaltação plena de uma 

tranquilidade nova

Vejo a natureza… e sou feliz.

De um lado há vacas a pastar

E as suas manchas que são pingos de 

tinta, deixados cair

por algum artista que conheci

Levam-me a subir a encosta até ao

topo do monte.

Pelo caminho, conheço aves de cores

Vivas

E revejo pedras que me falam ao 

passar.

Uma cabra da montanha fita-me
ao 
Longe

E um texugo do bosque ri-se da minha 

dificuldade em

caminhar.

Chego, finalmente, até um cipreste

E cumprimento-o ao chegar.

Do interior da casca, sinto um espírito

Pulsante

Que me responde sem falar.

Olho de relance…

Talvez tenha cem anos ou mais.

Falou-me do tempo e das coisas que 

Vira

Disse-me que ali, há mil anos atrás, 

havia um vulcão

Uma boca cheia de vento, fogo e 

Erupção

Onde a Terra se abria

Para extravasar a sua solidão.

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