Nota biográfica

Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) foi um trovador da primeira metade do século XII, de origem da pequena nobreza galega. Foi o autor da célebre Cantiga da garvaia, durante muito tempo considerada a primeira obra poética em língua galaico-portuguesa.

Paio Soares Taveirós – “Ribeirinha”

23.05.2016 | Produção e voz: Luís Gaspar

soares_coelho

Português moderno

No mundo não conheço
ninguém igual a mim,
enquanto acontecer o
que me aconteceu,
pois eu morro por vós e ai!
Minha senhora alva e rosada,
quereis que vos lembre
que já vos vi na intimidade!
Em mau dia eu me levantei
Pois vi que não sois feia!

E, minha senhora
desde aquele dia, ai!
Venho sofrendo de um grande mal
enquanto vós, filha de dom Paio
Muniz, a julgar forçoso
que eu lhe cubra com o manto
pois eu, minha senhora
nunca recebi de vós
a coisa mais insignificante.

Português antigo

No mundo non me sei parelha,
mentre me for’ como me uay,
ca iá moiro por uos – e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que uos retraya
quando us eu ui en saya!
Mao dia me leuantei,
que uus enton non ui fez!

E, mia senhor, des aquel di’ay!
me foi a mi muyn mal,
e uos, filha de don Paay
Moniz, e ben uus semelha
d’auer eu por uos guaruaya,
pois eu, mia senhor, d’alfaya
nunca de uos ouue nen ei
valia d’ua correr…

Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.

Facebooktwittermailby feather

Paio Soares Taveirós – “Cantiga de Guarvaía”

12.03.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Na escrita atual:

No mundo não conheço

ninguém igual a mim,

enquanto acontecer o

que me aconteceu,

pois eu morro por vós e ai!

Minha senhora alva e rosada,

quereis que vos lembre

que já vos vi na intimidade!

Em mau dia eu me levantei

Pois vi que não sois feia!
E, minha senhora

desde aquele dia, ai!

Venho sofrendo de um grande mal

enquanto vós, filha de dom Paio

Muniz, a julgar forçoso

que eu lhe cubra com o manto

pois eu, minha senhora

nunca recebi de vós

a coisa mais insignificante.

Na escrita da época.

No mundo non me sei parelha,

mentre me for’ como me vay,

ca já moiro por vos – e ay!

mia senhor branca e vermelha,

queredes que vos retraya

quando vus eu vi en saya!

Mao dia me levantei,

que vus enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di’ay!

me foi a mi muyn mal,

e vos, filha de don Paay

Moniz, e ben vus semelha

d’aver eu por vos guarvaya,

pois eu, mia senhor, d’alfaya

nunca de vos ouve nen ei

valia d’a correa.

Facebooktwittermailby feather