Otília Martel – “Sonho-te”

26.05.2016 | Produção e voz: Luís Gaspar

loira_dorme

Sonho-te
que sonhando-me
sonhas-me,
em teus braços,
mil beijos sussurrados

Sonho-te
e sonhando-me
amo-te
no rasgar da pele
buscando
carícias longas
entregando-me

Sonho-te
no abraço incontido
corpo entregue
vencido
em noites de vendaval

E esse perfume errante
– seiva quente –
dá vida, dá alento
mesmo não passando
de ilusão,
que se desfaz em nada,
tal qual nuvem
em tarde de Verão.

Sonho-te
que sonhando-me
sonhas-me …
amando-te …

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Otília Martel – “Não é o tempo…”

10.06.2015 | Produção e voz: Luís Gaspar

tempo13

Não é o tempo magoado 
da tua ausência

Não é o vento percorrendo 
o meu corpo solitário

Não são as palavras que sibilam baixinho
no meu pensamento

Não é o cheiro de maresia
nos meus cabelos revoltos

Não é o orvalho que sinto escorrer
pelo rosto embaciando-me o olhar.

É o tempo das manhãs claras.
Da gargalhada solta.
Das tuas mãos nas minhas.
Da tua voz sussurrante na minha boca.
Da magia que me empurra para ti.

São estes momentos que me fazem falta.

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Otília Martel – “Sonho-te”

12.03.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Sonho-te
que sonhando-me
sonhas-me,
em teus braços,
mil beijos sussurrados

Sonho-te
e sonhando-me
amo-te
no rasgar da pele
buscando
carícias longas
entregando-me

Sonho-te
no abraço incontido
corpo entregue
vencido
em noites de vendaval

E esse perfume errante
– seiva quente –
dá vida, dá alento
mesmo que não passando
de ilusão,
que se desfaz em nada,
tal qual nuvem
em tarde de Verão.

Sonho-te
que sonhando-me
sonhas-me …
amando-te …

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Otília Martel – “Cálida”

10.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Cálida,
a noite vem nos teus olhos
quando a lua se descobre
e a promessa dos teus beijos
me estremece.
As tuas mãos,
que não tocaram meu corpo nestes dias sem tempo,
viajam no sonho e nas palavras,
florescendo no corpo húmido que se agita no desejo.
Desvendo os sons sentidos no silêncio
e neles quebro meu olhar que se espraia no horizonte,
como nuvem em dia de chuva.
Embalo-me como estrela cadente
ritmada em suave toque,
onde te imagino
percorrendo-me, gota a gota,
sorvida calidamente no desejo dos
teus lábios sôfregos,
que circulam em cada pedaço da
[minha pele … ]
És.
Sou.
Imaginação
e
Fim.

(Do livro “Menina Marota – Um desnudar de alma”)

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Otília Martel – “Momentos”

08.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Não me apetece dizer o que penso,
o que sinto, o que sou.
Não me apetece dizer-te
para onde vou, onde estou
o que senti.
Não me apetece manifestar meus afectos,
meus carinhos, pedir um beijo,
roçar teu corpo em mil desejos …
Não me apetece dizer
quantos orgasmos tive,
quando me possuías loucamente.
Não me apetece dizer o que sinto
quando o frenesim da tua boca
roça as minhas coxas
e me deixas louca de tesão.
Não me apetece!
E apetece-me tudo …

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Otília Martel – “Volúpia”

08.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Fecho os olhos e
ousadamente
os meus lábios
tecem o teu corpo
na volúpia da tua pele.
As minhas mãos percorrem
calmamente,
sem pressa,
em carícias incontidas
em desejos refreados
de mulher-fêmea que
se solta nos teus braços.
Um instante abrasador
de loucura.
Nossas peles colam-se
suadas,
frementes
num amor arrebatado
que já não conseguimos conter.
Chuva fina de amor em exaustão –
limites para além da nossa paixão –
eu me dou no teu corpo vivido
bebes-me
sugas-me
a alma dentro do sentimento
em lençóis vermelhos para lá da imaginação.
Sem medos nem pudor
nossos corpos conhecem o caminho …

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Otília Martel – “Como dizer-te””

08.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Como dizer-te
que povoas
o meu sono
ao cair da noite,
quando o dia termina,
despertando sensações
há muito escondidas em mim.

Como dizer-te
que em sonhos
as tuas mãos afagam meus cabelos
e percorrem-me ondas de emoção.

Como dizer-te
que a tua voz
me possui, entrando
no meu ouvido, como seta
directa ao coração.

Como dizer-te
das sensações primeiras
coração aberto
sorriso franco
em sangue quente
que me inunda
e dá alento.

Como dizer-te
que és maré-alta
em noite de lua cheia.

Como dizer-te…

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Otília Martel (MM) comenta o 4º aniversário do E.R.

07.07.2009 | Produção e voz: Luís Gaspar

Completam-se hoje 4 anos que reúnem os seguintes Programas:
 
142º.  Palavras de Ouro;
106º.   Lugar aos Outros
  99º.   Histórias (para crianças e pais)
    3º.   Audiobooks
 40º.    Poesia Erótica
   7º. Horas de Poesia
 
Neste imenso trabalho, levado até à exaustão foram lidos centenas e centenas de autores, desde o mais famoso até ao mais desconhecido, daqueles que escreviam para a gaveta…
No decorrer destes quatro anos de uma forma altruísta, profundamente profissional, com uma dedicação absoluta ouvimos poesia das mais variadas formas e tons. Horas e horas de sons de palavras que nos enchem a alma e onde, realmente, a poesia é rainha.
Grata ao Estúdio Raposo, na pessoa do seu mentor, Luís Gaspar por toda esta imensa partilha e os meus sinceros Parabéns por este quarto aniversário dedicado exclusivamente à cultura.
Aproveito para referir que no Lugar aos Outros 106, se faz, erradamente, referência a três anos de aniversário, quando na realidade são quatro anos de existência do Estúdio Raposa.
 Um abraço de Amizade
 V. N. Gaia, 6 de Junho de 2009
Otília Martel

 

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Otília Martel sobre “Poesia Erótica 29”

22.08.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

“Ah, a sensualidade…
palmeiras se abraçando
cúmplices do vento.”

Começa assim um email que acabei de receber de Ana Sobral, uma das mais antigas comentadoras dos meus blogues, fazendo alusão ao programa Poesia Erótica 29, do Estúdio Raposa, onde se faz referência a um texto e alguns poemas incluídos no “Menina Marota – Um desnudar de alma”, lidos por Luís Gaspar. Acerca da poesia diz ainda, aquela comentadora:

“…a sensualidade está na raiz do nosso coração e na forma como olhamos os nossos próprios sentimentos e o mundo que nos rodeia….”

continua…

“…A fronteira de que fala Luís Gaspar no intróito do seu programa é vasta e tem muito a ver com a cultura psicológica e intelectual de cada um de nós, que a limitamos ou ultrapassamos, consoante o nosso próprio visionamento cultural. A poesia que acabei de ouvir é de uma sensualidade quase ingénua, sem retirar aqui, neste conceito, toda a fragrância de uma mulher na sua plenitude…”

e Ana Sobral diz ainda acerca da leitura…

“… emprestar a voz às palavras que os outros escrevem é bem mais difícil quando através delas queremos testemunhar ou oferecer os sentimentos que são de outrem. Luís Gaspar consegue fazê-lo e transporta-nos para lá das palavras que nos oferece na sua magnifica voz, conseguindo colocar-nos no palco dos sentimentos e transmitir-nos toda a sensualidade que emana da poesia. Parabéns a quem escreveu e a quem declamou.” (email devidamente identificado)

Porque me é difícil falar da minha própria escrita, quis deixar o testemunho de quem, com as suas palavras, conseguiu transmitir de uma forma muito pessoal, o pensamento de como interpretou, a escrita e a declamação, de alguns dos poemas que constam do referido programa.
Ousar imaginar que algum dia poderia constar de um programa, onde a grandeza de nomes como David Mourão Ferreira, José Cardoso Pires, Judith Teixeira ou ainda esse grande Ovídeo, cuja obra exerceu uma enorme influência em muitas gerações de Poetas e que fazem, do Poesia Erótica do Estúdio Raposa, um dos mais procurados por aqueles que amam a poesia declamada, é realmente uma honra para mim e as minhas humildes palavras.
É pois, com um enorme respeito pelo trabalho de alguém que devotadamente, ao longo dos anos, nos tem agraciado com um trabalho notável, que comovidamente agradeço a Luís Gaspar esta referência.
Obrigada.
Um abraço carinhoso
Otília Martel (Menina Marota)

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Erótica 29 – “Menina Marota – Um desnudar…”

25.07.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Cada um de nós constrói o seu próprio conceito do que é pornografia e do que é erotismo, de acordo com a sua sensibilidade. Cada um de nós estabelecerá as fronteiras entre um e outro território. O que para uns não passará de um acto pornográfico, para outros trata-se-à do mais puro erotismo, com as respectivas condenações ou absolvições.
Otília Martel (conhecida na blogosfera por Menina Marota) não permite, com a sua poesia, grandes divergências de opinião. As suas palavras transformadas em poema, não oferecerão qualquer dúvida sobre o terreno que pisam: puro erotismo.

Se quiser acompanhar a audição com a leitura do programa clique AQUI.

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III Aniversário do Estúdio Raposa por Otília Martel

06.07.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Feliz Aniversário Estúdio Raposa
Não sei quem estará de parabéns, se o Estúdio Raposa, se todos aqueles que seguiram com atenção, mesmo os que não se manifestaram (e que sei que são muitos), durante estes três anos de existência, num trabalho louvável e de grande sensibilidade.
No meu abraço de Parabéns vai o meu agradecimento, toda a admiração e respeito pelo trabalho desenvolvido.
Ao Luís Gaspar e a todos aqueles que tornam possível que os Programas do Estúdio Raposa sejam efectivamente, um local obrigatório de se visitar, os meus sinceros parabéns.
Um abraço da
Otília Martel

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031 – Fanny, Maria João Silva e Menina Marota

12.12.2006 | Produção e voz: Luís Gaspar

Poesia no feminino – poderia ser o título do “Lugar aos Outros” de hoje. Poesia no feminino porque é escrita por mulheres a poesia que vamos ouvir. Suas autoras, Fanny , a Maria João Silva e, como repetente, a Menina Marota.

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009 – Menina Marota e Vera Cymbron

29.06.2006 | Produção e voz: Luís Gaspar

Neste programa vamos ouvir poemas de Menina Marota
(http://meninamarota.blogspot.com)
e um texto em prosa de Vera Cymbron

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