Luís João Casquinha e o Poesia 98

25.06.2009 | Produção e voz: Luís Gaspar

Curiosamente tomei conta do chamado “Século de Ouro Espanhol” por uma péssima reprodução dum quadro de Velázquez (As Meninas), artista único, talvez o máximo dos máximos como retratista. Esse quadro exibia-se numa pequena sala num andar dum prédio na Calle Palacios Malaver, em Sevilha. Enfim… coisas do meu passado que não importa referir e muito menos recordar.
Mas o dono da casa era um doto. Pena – digo-o agora – ser ardentemente franquista – mas sabia de história como poucos. Aliás era professor dessa matéria.
Mas nunca se referiu – que se me lembre nestes anos tão longos de distância – à “poesia erótica” no século XVI – que os espanhóis consideram “o seu século”; depois dele nada mais houve.
Ao professor não lhe seria conveniente; ainda o estou a ver, no pátio da escola, à frente dos pequenos internos, posto em sentido, a cantar o hino espanhol, fazendo coral com os miúdos, enquanto a bandeira espanhola subia lentamente até ao cume do mastro.
Poesia erótica… que é isso?

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Luís Pinto sobre Florbela Espanca

10.05.2009 | Produção e voz: Luís Gaspar

Curiosa a biografia que recolheste desta tão popular poetisa, muito embora não tivesses referido as eventuais causas da sua prematura morte. A obra poética da autora é sobejamente conhecida (sou particular admirador dos títulos ” Soror Saudade” e do póstumo “Charneca em Flor”)
Mas, curiosamente, meu amigo, não a considero uma “poetisa erótica”.
Não sabemos se Florbela teve acesso a escritores como Anais Nin, Miler, (ambos seus contemporâneos) ou o nosso Bocage, etc, para não mencionar os famosos Vatsyayama, Boccaccio, ou o célebre Ovídio com a sua “Arte de Amar”.
O que sabemos é que esta nossa mulher de letras escreveu com o coração, com todos os seus sentimentos interiores a extravasarem de paixão, mas uma paixão sofrida e nostálgica.
“Amar, amar perdidamente” não tem nada de erótico. Tem, isso sim, uma vida talvez nunca descoberta na brancura duma alcova. Uma vida que anseia por uma liberdade aprisionada pelo ferrolho do romantismo donde ela, a todo o custo, se tentou libertar.
São sonetos duma mulher só. Duma mulher que gosta de ser mulher, que gosta dum beijo, dum afago e duma posse.
De tudo isto ao erotismo vai uma distância imensurável.

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Dinis Jesus comenta o episódio da Maria Magdala

22.04.2009 | Produção e voz: Luís Gaspar

Exºs Senhores

Serve este singelo comentário para pedir desculpa pelo atraso na escuta de tão fabuloso momento de poesia, quase dois anos desde a publicação, mas antes tarde do que nunca.

A conjunção de tão belo texto com uma forma superior de dizer, fazem deste momento uma razão para entender o mundo, mesmo o de hoje, como uma prodigiosa criação divina, e como valendo a pena mesmo com seus pesados fardos.
Bem haja pelo prazer sublime, que proporcionam a um incógnito cidadão.
Cumprimentos
Dinis Jesus

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Otília Martel (MM) comenta Poesia 34 – E.M. de Melo e Castro

30.01.2009 | Produção e voz: Luís Gaspar

E.M. de Melo e Castro de seu nome próprio Ernesto Manuel, um dos pioneiros da videopoesia que há décadas causou tal escândalo, que foi destruído pela RTP, é sem dúvida um poeta controverso.
As palavras são para ele sinónimo de várias interpretações que o conduz à poesia animada, projecto que ele gere como uma forma de levar a poesia a outros Mundos.
Falar do Poeta não é fácil, porque os universos paralelos dele são imenso… e é nas palavras que nos oferece que está toda a essência da sua alma.

“Os dias do Amor” uma colectânea de Poesia, com recolha, selecção e organização de Inês Ramos, oferece-nos um poema que nos dá uma visão clarividente da forma como o Poeta encara a vida, poeticamente, nas suas fases, desde a infância e cujo excerto deixo àqueles que ainda não conhecem, nem o livro, nem a poesia nele contida…

“Várias fazes de um poema de amor”
1
Aos quatro anos, comunicado a sua mãe ao acordar de um sonho colorido

era tanto o amor
era tanta a paixão
que um dia o amor
se fez em terror

[…]

5
Aos 45, comunicado a quem ler

de amor se faz amor
de nada mais resulta amor
que amor se faz de amor
de nada mais.
resulta sempre de amor
que amor se faz de nada.
mais resulta que amor de amor
se faz amor de nada.
MAIS

6
Aos 70 anos, para uma mulher: tu

vejo uma mulher distante amante
lutando contra o tempo desviante
uma mulher de células diamante
e oráculos védicos bramantes…

uma rubra submersa corrente
entregue aos ritos aúricos da mente
que me procura e eu busco demente
entre sonoras sombras manualmente.

uma mulher de súbitos desvios
de onde nascem tumultuosos rios
e se perfilam beijos desvarios
em sexos sanguíneos de lírios…!…

uma mulher de hoje e de infinitos
saberes e sabores de que se fazem mitos

[…]

São estas as palavras que como uma dança de vários ritmos o Poeta nos oferece e em cada obra é sempre uma surpresa.
E.M. de Melo e Castro é obrigatório ler!
Grata ao Estúdio Raposa pela divulgação de uma faceta do Poeta, que decerto, alguns não conheciam.
Um abraço

Otília Martel (Menina Marota)

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Vera Silva comenta “Poesia Erótica 33”

05.01.2009 | Produção e voz: Luís Gaspar

Meu querido Luís Gaspar,

eu estou para lhe responder desde que ouvi o programa, mas eu, que tenho por vezes tantas palavras, perdi-as e não sei que lhe diga…
A sua voz é indescritível e a forma como lê os poemas torna-os mágicos. Normalmente acho que o que escrevo não tem muita qualidade, mas lidos por si, ganharam um brilho fantástico.
Muito lhe agradeço o seu fantástico trabalho.
Infelizmente a poesia erótica é muitas vezes confundida com pornografia e há pessoas que quando vêm um poema classificado como erótico nem sequer o abrem, quando muitas vezes têm apenas um toque de sensualidade mais acentuada. Como mulher gosto de ler, e muito especialmente de o ouvir, neste contexto. Talvez seja uma forma de se mudarem gradualmente as mentalidades.
Obrigada por tudo.

Um beijo grande de uma fã incondicional e votos de um feliz Natal

Vera

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João de Mancelos comenta o Poesia Erótica

05.01.2009 | Produção e voz: Luís Gaspar

Achei a sua página sobre poesia erótica muito
interessante.

Convido-o a visitar a minha ciberpágina sobre Literatura e
Escrita Criativa, onde disponibilizo online meia centena
de ensaios, recensões, crónicas, entrevistas e obras
literárias de poesia e conto que, ao longo dos anos,
escrevi e publiquei em línguas portuguesa e inglesa:
http://mancelos.com.sapo.pt
Um abraço,
João de Mancelos

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Otília Martel sobre “Poesia Erótica 29”

22.08.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

“Ah, a sensualidade…
palmeiras se abraçando
cúmplices do vento.”

Começa assim um email que acabei de receber de Ana Sobral, uma das mais antigas comentadoras dos meus blogues, fazendo alusão ao programa Poesia Erótica 29, do Estúdio Raposa, onde se faz referência a um texto e alguns poemas incluídos no “Menina Marota – Um desnudar de alma”, lidos por Luís Gaspar. Acerca da poesia diz ainda, aquela comentadora:

“…a sensualidade está na raiz do nosso coração e na forma como olhamos os nossos próprios sentimentos e o mundo que nos rodeia….”

continua…

“…A fronteira de que fala Luís Gaspar no intróito do seu programa é vasta e tem muito a ver com a cultura psicológica e intelectual de cada um de nós, que a limitamos ou ultrapassamos, consoante o nosso próprio visionamento cultural. A poesia que acabei de ouvir é de uma sensualidade quase ingénua, sem retirar aqui, neste conceito, toda a fragrância de uma mulher na sua plenitude…”

e Ana Sobral diz ainda acerca da leitura…

“… emprestar a voz às palavras que os outros escrevem é bem mais difícil quando através delas queremos testemunhar ou oferecer os sentimentos que são de outrem. Luís Gaspar consegue fazê-lo e transporta-nos para lá das palavras que nos oferece na sua magnifica voz, conseguindo colocar-nos no palco dos sentimentos e transmitir-nos toda a sensualidade que emana da poesia. Parabéns a quem escreveu e a quem declamou.” (email devidamente identificado)

Porque me é difícil falar da minha própria escrita, quis deixar o testemunho de quem, com as suas palavras, conseguiu transmitir de uma forma muito pessoal, o pensamento de como interpretou, a escrita e a declamação, de alguns dos poemas que constam do referido programa.
Ousar imaginar que algum dia poderia constar de um programa, onde a grandeza de nomes como David Mourão Ferreira, José Cardoso Pires, Judith Teixeira ou ainda esse grande Ovídeo, cuja obra exerceu uma enorme influência em muitas gerações de Poetas e que fazem, do Poesia Erótica do Estúdio Raposa, um dos mais procurados por aqueles que amam a poesia declamada, é realmente uma honra para mim e as minhas humildes palavras.
É pois, com um enorme respeito pelo trabalho de alguém que devotadamente, ao longo dos anos, nos tem agraciado com um trabalho notável, que comovidamente agradeço a Luís Gaspar esta referência.
Obrigada.
Um abraço carinhoso
Otília Martel (Menina Marota)

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aaronLord sobre “Menina Marota – Um desnudar de alma”

31.07.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Uma POETA de excelência que eu e a minha família temos o grato prazer de conhecer pessoalmente. Tenho acompanhado de muito perto as leituras do Estúdio Raposa e foi com uma enorme satisfação que a vi referida no Poesia Erótica. Em dia do seu aniversário que hoje completou que melhor prova de amizade lhe poderei dar que dizer o quanto feliz fiquei por ver a riqueza das suas palavras projectadas para o mundo.
Cumprimentos do
António
(Comentário transcrito da página do Estúdio Raposa do NetLog)

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Luís Pinto sobre “Menina Marota” de Otília Martel

26.07.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Estive na apresentação do livro que referes (Um Desnudar de Alma) na Bertrand do “Vasco da Gama”.
Conheci pessoalmente a autora.
Curiosamente no exterior daquela valiosa poeta (não gosto do termo poetisa) não se lê – nem de perto, nem de longe – a mulher ardente e apaixonava que ressalta do seu trabalho poético.
Pareceu-me uma mulher “normal”, de grande jovialidade, dedicada ao seu cuidadoso aspecto físico, que gosta de si própria, o que quer dizer que gosta de ser mulher.
A sua poesia apaixonada é uma faceta oculta, um refúgio talvez.
Daí, e à laia de ingénua brincadeira, poder dizer, desabridamente, que vi duas pessoas numa só:
A Srª D. Otilia Martel e uma outra de nome “Menina Marota”.
A dificuldade está em saber quem eleger.
Permito-me uma sugestão; vou eleger as duas.
Luís Pinto

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Luís Pinto e “As Núpcias de Asmodeu” (025)

17.06.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

No passado dia 15 deste mês (estamos em Junho de 2008), visitei a Feira do Livro, em Lisboa, com o propósito de me dirigir somente ao Stand da Porto Editora onde a escritora Deana Barroqueiro se encontrava a autografar os livros que vendia.
Conhecia-a pessoalmente nessa tarde. Dela tinha lido o “D. Sebastião e o Vidente”, livro que levei comigo para o autógrafo da praxe, e ouvido os poemas eróticos que tens recitado neste programa.
É uma pessoa extraordinariamente simpática e que escreve por amor.
Basta dizer-te isto; ao leitor que dela se aproximava para o autógrafo, a escritora, antes de assinar o livro, esclarecia a veracidade do seu romance histórico, exibindo gravuras da batalha de Alcácer Quibir e apontando passagens do livro “Miscelânea” de Miguel Leitão de Andrada, principal fonte de inspiração do seu romance.
Em tantos anos que tenho de feiras de livros, nunca me foi dado assistir a esta postura do escritor com o seu leitor, ou seja, Deana faz questão de demonstrar que aquele romance nasceu, não duma pura imaginação, mas dum resultado exaustivo de estudo e pesquisa.
Deana é professora de Português.
Também deve ensinar por amor.
Luís Pinto

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Judite Lopes sobre Histórias e Poesia Erótica

27.04.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Sou fã do seu estúdio, apesar de já não o frequentar há uns dias. Contudo permita-me perguntar-lhe qual o objectivo seu em juntar contos infantis com poesia erótica num mesmo espaço. Não me parece que o público-alvo seja o mesmo, além de que torna o espaço um pouco mais vulgar. Não seria melhor dois espaços separados? Estou mesmo a ver as criancinhas a escolherem uma história para ouvir e depararem com O crime do Padre Amaro…
Peço desculpa pela minha questão.
Judite Lopes

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Lena T. sobre Casimiro de Brito

19.04.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Luis

Neste teu Estúdio Raposa aprendo e sinto as palavras da alma e do corpo, de homens que escrevem tão belo como Casimiro de Brito.
Preenchem o imaginário lúdico e erótico, de uma simples mulher, cuja vida não fez que imaginasse existir tanta poesia por parte de um homem.
Obrigada, Casimiro de Brito, se existes no real para uma mulher como o expressas.
Obrigada Luis Gaspar pela magia com que “cantas”, como teu, o amor dos outros.
Lena T.

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Luís Pinto sobre Porosidade etérea

19.04.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

A história repete-se. Mais uma vez constata-se o que o peso do valor acrescentado de uma boa interpretação pode enriquecer um texto humilde.
O que escrevi, salvaguardado pelo título de “Paráfrase…” para que se desculpe a mutilação dum poema magnífico, tornou-se numa obra singular tão suavemente recitada ela foi.
O “Cântico dos Cânticos” bem merece ser lido assim. Trata-se de facto dum texto extremamente belo, muito embora não divino.
As divindades existem porque o homem as cria.
Talvez vás nesse caminho mas não abuses da candura.
Podes ser convidado para coralista gregoriano.
Luís Pinto

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Maria Helena e “A Arte de Amar”

06.04.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Luís
Muito bela a Poesia Erótica de Ovídio, escrita há 2000 anos e que é, em alguns aspectos, tão eterna…
Tu declamaste-a, magistralmente, adoro escutar-te.
As religiões, sempre ligadas à política através dos tempos, foram mantendo a mulher de modo a que ela, representasse um único papel: desejada, púdica, não verdadeira…
Era considerada “mais mulher” a que se recatasse…como Ovídio, cantava na sua terna poesia.
De facto, era um comportamento velado, mas cultural, que valorizava, unicamente, o poder masculino.
Também, mais tarde, essa pressão preconceituosa, existe para manter uma moral necessária, forçando, evidentemente, a mulher a outro tipo de submissões.
Que processo de mudança, tão grande, foi fazendo a mulher, afirmando-se intelectualmente e, por isso, acreditando num descondicionamento do seu próprio corpo!
Orgulho-me de ser mulher e de pertencer ao grupo das sexagenárias que, apesar de terem cuidado da casa e dos filhos, trabalhado fora, apesar de por vezes, desiludidas com seus maridos, muito avançados em teorias progressistas “só de palavras”, mas não de congruência, estas se foram, devagar, emancipando!
Acredito no “descondicionamento” da mulher mas a par da instrução e da sua capacidade de questionar e de largar mitos, que a sua própria família ainda lhes inculcou.
Não acredito na mulher, que age, que se apressa e que quer competir com o homem.
Acredito, sim, na mulher que se encanta, que gosta de também seduzir e ser seduzida…
Viemos de um obscurantismo…
A “mulher” que Salazar queria manter como “fada do lar”, ainda há 40 anos (tão próximo!), era imposta na mentalidade dos liceus femininos, através da “Mocidade Portuguesa”, passando a mensagem prepotente, treinando as raparigas para só serem donas de casa, aprendendo culinária, lavores, puericultura e trabalhos manuais de decoração…
A religião, andava a par…acompanhava.
Mas acredito que, hoje, já existe muita mulher com uma religião, mas não fanática e que seja critica e adopte um outro modelo de olhar a sexualidade.
Mas digo-te, Luís, acho que ainda há, muito falso religioso que, ao pretender, novamente, controlar a liberdade da mulher, defende utopias, defende que se estruture a moral piedosa de “oferecer pão aos pobres”…
Deixo-te uma intervenção da grande poetisa Natália Correia, na Assembleia da República.
Vais-te rir! Recordaremos…Uma homenagem! Ela, estaria hoje contente!
João Morgado, Deputado do CDS, disse na Assembleia da República, no Dia 3 de Abril de 1982, no debate obre a Despenalização do Aborto: «O acto sexual é para ter filhos»
A resposta de Natália Correia, Deputada, em poema, fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção!
Foi publicado, depois, pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso:

“Já que o coito – diz Morgado –
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou – parca ração! –
Uma vez. E se a função
faz o órgão – diz o ditado –
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.”

Lena

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“A arte de amar” by Alcina

06.04.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá Luís,
Mais uma vez me deliciei com a tua voz…e estes versos de Ovídio estão muito actualizados e super divinos.
Me admira Otávio Augusto banir de Roma, Ovídio por estes simples versos eróticos.
Pensei e já vi em muitos museus em Portugal figuras eróticas em todas as posições imaginaveís…Que diz serem pertencentes aos Romanos… Por isso estou aqui um pouco confusa… Como pode Octávio fazer uma coisa dessas?…
Dizes que passado 2000 anos a arte de amar ainda é banida se a ela se acrescentar um condimento erótico… Bem tens razão e não tens…e isto é:
Sim, é verdade ainda há muito tabu em relação ao erotismo…falar ou escrever sobre tal tema…
Mas… cada vez mais se abrem portas e janelas,
Se despem as almas inocentes para dar o grito estou aqui e é assim…
Aos poucos as inibições colhem asas de liberdade…e quando falo em liberdade falo da mulher… porque a mulher por natureza e educação, sempre foi colocada no canto escuro em tudo que tivesse a ver com a sexualidade.
E ai está o mistério, passados 2000 anos, ainda há muita banalidade sobre o tema erótico.
Como o próprio Ovídio diz no seu poema
“A mulher violada por um rapto insolente ( consentido)
Torna a violação como um doce presente…”
Aqui está a resposta…
Um beijinho, e continua sempre a nos oferecer linda poesia.
Alcina

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Charlie

24.02.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Estive esta tarde a deliciar-me no espaço do Luis, um verdadeiro must de qualidade e bom gosto.
Nunca serão em demasia as referências aos trabalhos que ele disponibiliza. Ditos com a mestria que só um homem com uma grande alma sabe fazer, ilustrados com imagens sonoras que lhe complementam e completam, as peças são uma fonte de permanente gozo de saber ouvir.
Recomendo a todos os membros e membranas a visita regular ao Estúdio Raposa, que eu considero um verdadeiro marco no blogosfera. Para os que não o conhecem ainda, garanto-lhes que não sairão defraudados nem darão o vosso tempo por mal empregue.
O Estúdio Raposa, não é apenas bom: É superbom!
Tenho dito!
(comentário deixado por Charlie no blogue A Funda São e aqui colocado sem pedir autorização aos autores. Aceito as chicotadas de castigo…desde que fora de sessão de sexo. Mas respeito, mas respeito. Gostos não de discutem.)

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Comentário de Joaquim Alves

18.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caríssimo Luiggi,

Tanta coisa para te dizer… TANTA!
Por isso, vai – por hoje – uma ligeira
aproximação.
Vamos lá ver se será só isso.

Primo, a apresentação da Raposa
está “limpinha”, como dizíamos em
ates publicitárias. Mas, como o que
importa não é isso, parabéns para ti
e para a Patrícia que tem o dom
de ser mulher!

Seccondo, ai o texto do Melenas!
Esse António de Longa Data, agora
com a sua Arca de memórias e
afectos, segredos de escrita e outras
aventuras humanas e sinceras,
finalmente abertas aos quatrocentos
e vinte e oito ventos!
Lindo! Delicioso! Inolvidável!

Fico-me por aqui.
Devo ficar.
Permaneço atento.

Saudações minhas
e pobres.
Grande abraço do

joaquim alves

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Comentário de Deana Barroqueiro

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Depois de ouvir O sacrifício dos circuncisos
Nos milhares de páginas que escrevi, há alguns textos que eu, apesar da ferocidade com que me critico e me “deito abaixo”, considero que estão muito bem escritos. São raros esses momentos de plenitude, por isso mesmo preciosos e terríveis, pelo medo de não os voltar a sentir, com a satisfação de ter chegado ao alto travada pela angústia de poder não ser capaz de ir mais além, de ter esbarrado no meu limite.
Depois, chega-me a Voz de Luís Gaspar e a chama do seu Talento a darem alento e vida a um qualquer texto meu, revestindo de cor, cadência e fulgor as palavras e frases que contêm os pensamentos, sonhos ou mitos, mas também os sentimentos e as sensações mais profundas e secretas do corpo e alma da minha escrita. Mas, ao ouvi-lo de novo, sinto esfumarem-se as fasquias da minha exigência e a solidez do meu descernimento, porque a sua Voz e o seu Talento afagam e comovem a autora do texto, com o sabor de um prémio apetecido ainda que imerecido.
Em vez de um beijo agradecido, uma lágrima emocionada


Palavras e sensações de mulheres, vividas e escritas no feminino, engastadas como pedras preciosas na voz de um homem! Um tesouro que me obriga a fazer aqui, na nudez libertadora desta página, o meu sentido mea culpa.
É que, mesmo nos meus autores preferidos, sempre me irritou um pouco (algumas vezes muito), o modo como os escritores homens se arrogavam a pretensão despudorada (a palavra vem a propósito na temática do erotismo) de conhecer e descrever as mais secretas vivências da alma e corpo femininos, fazendo-o uns com alguma sensibilidade e virtuosismo, outros todavia não logrando mais que um arremedo. Como eram raras as autoras com a coragem das Três Marias, o universo inesgotável e secreto da Mulher chegava aos leitores quase sempre filtrado por esse olhar masculino assaz redutor .
Aqui, no entanto, opera-se um milagre, um jogo em que Eros acaba judiando Vénus! A Voz de Luís Gaspar apodera-se dessas sensações e emoções, desses gritos e gemidos, dos suspiros e dos risos, do prazer e do temor da Mulher (de todas as mulheres), não para os reduzir ou apoucar, mas para os expandir como uma maré, líquida e ondulante, outras vezes como um fogo abrasador, a lava de um vulcão, dormente ou destrutiva.
Dá-me sempre um enorme prazer ler os comentários dos que como eu ouvem e amam os seus podcasts. Não podia deixar de o fazer quando o tema é a Poesia Erótica, que ainda causa formigueiros mais ou menos subtis na pelúcia da moral pública…que a privada é toda outra! Também eu repudio a palavra grosseira e o humor boçal. Aqui aconteceu beleza pura, nas palavras e imagens dos poemas de Teresa Horta, a servirem ao leitor o erotismo mais incandescente; bem como o delicioso humor, sarcástico e inteligente do Eros que habita no espírito de Encandescente. Valeu a pena sacrificar o escasso tempo da minha escrita para ouvir esta Poesia Erótica.
Ainda uma observação: Como escritora de romance histórico, sou maníaca da pesquisa e do rigor nos factos, todavia considero estranho que se questione num romance, portanto numa obra de ficção e imaginação, a liberdade de ficcionar uma figura como Cristo, Madalena ou qualquer outra perdida no tempo e de que pouco ou nada se sabe, quando os próprios historiadores são os primeiros a apresentarem nos seus trabalhos científicos as mais contraditórias teorias e até fantasias e erros flagrantes. É tão perigoso o fundamentalismo “científíco” como o religioso para coartar a liberdade de expressão e a criatividade.
Parabéns, Luís Gaspar. Como diz Luís Pinto, há em si um Professor, um Mestre, a quem todos devemos agradecer. Tem de novo a minha gratidão.
Deana Barroqueiro

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Comentário de M.H.

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Sou mulher e respeito e admiro Maria Teresa Horta.
Acho a poesia muito bela, mas curiosamente ao ouvi-la, sinto-me nua, talvez envergonhada.
Como é diferente, o homem da mulher….
Envolve-me muito mais, a poesia erótica do David Mourão Ferreira…
M.H

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Comentário de Luís Pinto

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Maria Teresa Horta
O poder das palavras ditas.
Eis um exemplo da cumplicidade entre o escritor e o leitor.
Nesta tua interpretação, com a calma que os próprios poemas imploram, com a descrição anatómica duma mulher que se entrega, com a alegria duma maturidade em que a súplica se oferece e se recebe, com um corpo que é flor, desejo, amor e nada, o ouvinte fica estarrecido – sendo homem ou mulher – e acalenta a esperança de passar pela vivência do apelo e do desejo.
Em noites de mágoas entre casais que coabitam os mesmos lençóis de amantes sem se amarem, estes poemas serenos e belos, podiam resolver a dúvida da paixão e tornarem o leito num festival de alegria.
Será que a força das palavras é, no essencial, a máxima expressão do erotismo?
Luís Pinto

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Comentário de Piresf

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Tributo às palavras que escorrem quentes
Há quem despreze bons momentos? Há. Mas quem o faz, merecendo respeito, não merece que se perca tempo a falar do assunto, é coisa lá dessas pessoas que, estando, não estão, de facto, não indo preguiçosamente além da emoção ligeira. (Ponto final, para que não pareça que estou a querer ser profundo).
Por isso, porque posso, mas principalmente por aquilo que, com sentido gosto, chamo a vossa atenção; não percam este post inteligente com o sugestivo titulo “Púbis rosado” e, principalmente, não simulem, escutem o complemento de forma admiravelmente clara em mp3 que, se revelará, quiçá por alguma razão aparentemente obscura, um delicioso, inteligente e equilibrado prato principal, onde a grosseria e a ignorância não são acompanhamentos.
Piresf
(Texto copiado do blogue “Espreitador”)

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Comentário de José Pires

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Simplesmente, direi, que este belíssimo conto de gosto irrepreensível, me fará voltar aqui.
Assim, se enterram as pseudotranscendentais opiniões dos que adjectivam a escrita erótica como; fácil e gratuita entre outras sumarentas, sapienciais e preconceituosas preciosidades.
Parabéns à autora Isabel Mendes Ferreira, pela limpidez, imaginação e a arte com que deixou escorrer tão belas e quentes palavras, e, ao Luís Gaspar, pela excelente arte de as dizer.
Parabéns também pelo blog, e que o bom gosto aqui revelado seja uma constante.
José Pires

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Comentário de JL

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá Luis,
Como gostei de o ouvir ler a Isabel Mendes Ferreira, autora que apenas descobri há algum tempo… O texto é belíssimo, sensual, límpido e sem nuvens, e bebe-se como água fresca de uma fonte serrana.
Parabéns à Isabel pela coragem assumida de dizer o que tantos não conseguem… mas queriam.
Um beijinho
JL

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Comentário de Olga Martins

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Pubis rosado
Um dos mais bonitos textos que tem lido neste seu programa.
E depois, Luís Gaspar, fá-lo como se tivesse a “filmar” a situação amorosa de duas mulheres. Vêm-se e ouvem-se.
Tem uma realidade imensa, tão plena de magnitude, tão genuinamente bela, que faz pensar tratar-se de uma sua experiencia.
Estarei enganada? :-))))))
Olga Martins.

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Comentário de Domingos Lobo

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Luís,
quero agradecer-lhe a forma sensível como leu alguns dos poemas que seleccionei para Exaltação do Prazer. Foi com exaltante prazer que o ouvi. Agradeço-lhe, igualmente, as palavras com que acolheu o meu prefácio. Penso que os poetas antologiados, pela qualidade do verso, pela coragem (política, também) de há muito merecíam esta exposição pública. O seu trabalho, notável, contribui para dar sentido e ampliar essa exposição.
Um abraço de admiração e estima,
Domingos Lobo

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Comentário de Maria Gabriela

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Olá, Luís e Domingos!
Não resisto. De todo. Não resisto à tentação de ouvir e re ouvi.lo neste primoroso trabalho
Mas se tal me encanta, não seria, de todo, justa se não estendesse este meu abraço ao Domingos Lobo, mestre na arte de “mui bem seleccionar e escrever”.
A palavra dita e escrita, por aqui, viaja ao encontro dos deuses .parabéns, Amigos!
Um duplo abraço
Maria Gabriela

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Comentário de A.Melenas

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Ò sôr Luís
Com, com o meu coração, fraquinho, como anda agora, esta “música de cama”, escrita e composta com a o savoir–faire do “divino Mourão” que deus tenha, mas que, onde quer que esteja dever ter ido (tudo faz crer) bem regalado, esta “música de cama”, dizia, não seria a que o médico mais recomendaria escutar, ainda por cima suculentada com o calor que a tua voz lhe acrescenta – como se não bastassem os 40 graus que hoje se fazem sentir. Mas olha, ousei (não é esse o apelo publicitário da rubrica?) e lá me aguentei. Até foi refrescante, Gostei, adorei. Erotismo é isto mesmo. Qualidade, bom gosto. Parabéns. E parabéns também, a quem teve a amabilidade de te oferecer as obras em causa, que só pode ser, obviamente, pessoa de muito bom gosto, também.
Abr.
A.Melenas

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Comentário de Menina Marota

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

David Mourão-Ferreira é um dos poetas mais prestigiados da nossa literatura, com uma vastíssima obra publicada e reconhecida, e que através das suas palavras, consegue entrar num mundo íntimo, revelador da grande beleza interior do ser humano.
Da sua vasta obra, ocorre-me “Um Amor Feliz”, creio que o seu único romance, tem publicados contos e novelas, ensaios e teatro, para além de um mundo de poesia, que nos aquece a alma, tal como estes que acabei de ouvir…
Sendo uma sua fiel leitora, ouvi-lo aqui deu-me um duplo prazer…ouvir-te Luís Gaspar, a ler poesia dessa forma tão única e própria que tens de a dizer, de um autor de que tanto gosto. Uma escolha perfeita, a dos poemas agora lidos e porque cada um sente a poesia de forma diferente, direi que valeu a pena interromperes as tuas férias para nos ofereceres a beleza desta leitura. O meu sincero agradecimento.

“ O amor? Seria o fruto
trincado até mais não ser?
(Mas para lá do prazer
a Vida estava de luto…)

Fui plantar o coração
no infinito: uma flor…
(Mas para lá do fervor
a Vida gritou que não!)

O amor? Nem flor nem fruto.
(Tudo quanto em nós vibrara
parecia pronto a ceder…)

Foi apenas um minuto:
A fome intensa, tão rara!,
de ser criança, ou morrer…”

(Poema “Minuto” In Música de Cama, de DMF, pág. 20)

Um abraço carinhoso da
Menina Marota

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Comentário de Fernando Peixoto

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

Caríssimo Gaspar:
O seu blog tem bastante nível: gráfico, de conteúdo cultural e estético. E também eu sou um cultor da poesia erótica, estética literária que, desde a Grécia, se tem manifestado como uma das formas mais sublimes da literatura.
Também quero deixar-lhe claro que sou ATEU! Acredito no Jesus (não no Cristo) histórico. Acredito na Madalena MULHER, não na Madalena prostituta, porque esta foi uma INVENÇÃO da Igreja que pretendia divinizar Maria em detrimento de Madalena, que era, efectivamente, a amante de Jesus e aquela que ele preferia entre todos os discípulos. Foi ela, verdadeiramente, a grande pregadora da mensagem de Jesus, após a morte deste, e, de Tertuliano a Santo Agostinho, e por aí fora, todos se empenharam em deturpar a verdade histórica de uma mulher que amou até ao limite a BOA NOVA daquele que amava. E não foi por acaso que os escritos que sobreviveram, falam de diversas mulheres, mas Maria de Magdala é a única cujo nome vem acompanhado do patronímico. Precisamente pela importância social que possuía ao tempo.
Mas, por favor, não deixe permanecer no blog aquilo que é uma mentira histórica. E mesmo no aspecto literário, é estar a favorecer o conservadorismo serôdio e reaccionário dizer (como está escrito): «Quando Maria Magdala, que dormia com os homens por dinheiro, pediu a Jesus que ficasse com ela por um dia, sem nada pagar, apenas que a guardasse na Sua memória.».
Temos de respeitar a liberdade criativa de Saramago, que leio, admiro e de quem gosto muito. Mas arrepia-me dizer-se de Madalena que vendia o corpo por dinheiro quando o que é verdade é ter sido ela a mulher rica que alimentou grande parte dos «custos» da equipa que acompanhava Jesus. E que, por muito amar, muito sofreu. Bem mais que Maria, a mãe de Jesus.
Para que melhor entenda o que penso, envio-lhe em anexo o meu «O EVANGELHO SEGUNDO O POETA», um poema que me levou cerca de um ano a escrever e que propositadamente contém 33 estrofes.
Finalmente, reitero a minha admiração pelo seu blog.
Cordiais cumprimentos
FERNANDO PEIXOTO

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Comentário de Luís Pinto

17.01.2008 | Produção e voz: Luís Gaspar

…Chegamos portanto à conclusão que esta tua leitura é uma homenagem ao Amor.
Este Amor (que sublinho com maiúscula para lhe dar a força que merece) é um Amor carnal, sensual, erótico mas também um Amor de ternura, afecto e dedicação.
Pena a Igreja Católica, no percurso de ensinança dogmática, ter dado a esse amor uma interpretação absurda: a procriação como acto desprovido de prazer.
O Santo Oficio condenava um coleccionador de “pinturas desonestas”, e alheava-se do infanticídio.
O cristão, para se diferenciar da maioria pagã, renunciava ao sexo.
“Para João Crisóstomo, (séc. IV), o casamento seria a única forma possível de controlar o desejo sexual”.
A religiosidade fervorosa, o culto da Virgem e outros dogmas que foram nascendo ao longo dos pontificados de 266 Papas (não estou a contar com o actual) oferece-nos a dúvida da palavra Divina: para quê as belas páginas do “Velho Testamento” ?
Valha-nos a maior parte da juventude de hoje que se “borrifa” para os desejos pecaminosos do sexo e praticam-no como a mesma necessidade de quem tem sede e pode beber um copo de água fresca.
Luís Pinto

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