“À memória de Catarina Eufémia”, de Alexandre O´Neill
20.05.2022
Podes mudar de nome, carrajola
pôr umas asas brancas, arvorar
um ar contrito,
dizer que não, que não foi contigo,
disfarçar-te de andorinha, de sobreiro
ou de velhinha,
podes mudar de nome, carrajola,
de aldeia, de vila ou de cidade
— és como um percevejo num lençol!
Quando tivermos Portugal nos braços
e pudermos amá-lo sem sofrer,
quando o Alentejo se puser a rir,
Catarina Eufémia, minha irmã,
então o teu filho há-de nascer!
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