Bocage – “Já Bocage não sou”
14.01.2012
Já Bocage não sou!… À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento…
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!… Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui… A santidade
Manchei… Oh! se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na Eternidade!
Podcast (estudio-raposa-audiocast): Download