Hermann Hesse – “O homem de cinquenta anos”
10.01.2012
Do berço ao esquife
distam cinquenta anos,
depois começa a morte.
Tornamo-nos imbecis, embrutecemos,
tornamo-nos labregos, desleixamo-nos
e os cabelos vão para o diabo.
Também os dentes damos por perdidos
e em vez de, em deleite,
apertarmos uma moça contra o peito,
lemos um livro de Goethe.
Mas uma vez mais, antes do fim,
quero ter uma dessas pequenas
de olhos claros e caracóis encrespados,
tomá-la nas minhas mãos,
beijar-lhe boca, seios e face,
despir-lhe saia e calcinhas.
E depois, em nome de Deus,
a morte pode levar-me. Ámen.
Podcast (estudio-raposa-audiocast): Download